ATA DA NONAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 1º-11-2006.
Ao primeiro dia do mês de novembro do ano de dois
mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Alceu
Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Cassiá
Carpes, Claudio Sebenelo, Haroldo de Souza, José Ismael Heinen, Luiz Braz,
Mauro Pinheiro e Professor Garcia. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os Vereadores Aldacir Oliboni, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Elói Guimarães,
Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, João Bosco Vaz, Manuela d'Ávila, Margarete
Moraes, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza
Canabarro, Raul Carrion, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. À MESA, foi encaminhado,
pela Vereadora Clênia Maranhão, o Projeto de Lei do Legislativo n° 212/06 (Processo
n° 4931/06). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10862192,
10862282, 10862308, 10886204, 10886205 e 10886206/06, do Fundo Nacional de
Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria
do Vereador João Bosco Vaz, solicitando Licença para Desempenhar Cargo Público,
a partir de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o
Suplente Márcio Bins Ely, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de
Urbanização, Transportes e Habitação. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar,
esteve, em 5ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 046/06, discutido pelos
Vereadores Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, José Ismael Heinen, Maristela Maffei, Márcio Bins Ely e Carlos
Todeschini. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor
João Jorge Silva, ex-Presidente Regional, em Porto Alegre, do Partido da Social
Democracia Brasileira. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza
externou sua preocupação com as implicações políticas do julgamento do
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Tribunal Superior Eleitoral e
registrou suas expectativas em relação ao segundo mandato desse político no
Governo Federal. Também, mencionou o assalto ocorrido neste Legislativo no dia
vinte e cinco de outubro do corrente, cobrando maior eficiência na aplicação de
medidas de segurança interna. Na ocasião, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca das medidas de segurança que estão sendo adotadas na
Câmara Municipal de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu
D’Avila ressaltou o desempenho do Partido Democrático Trabalhista nas últimas
eleições, especialmente quanto aos cargos conquistados na Câmara dos Deputados
e na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Além disso,
analisou a votação recebida pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
esclarecendo sua opinião a respeito da legitimidade do processo eleitoral. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 009/06, discutido pelos Vereadores Claudio Sebenelo e Márcio
Bins Ely, o Projeto de Lei do Legislativo nº 215/06; em 3ª Sessão, o Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 008/06, discutido pelos Vereadores Carlos
Comassetto e Luiz Braz, os Projetos de Lei do Legislativo nos 169,
208, 209 e 117/06, este discutido pela Vereadora Maristela Maffei, o Projeto de
Lei do Executivo nº 047/06. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Manuela
d’Ávila discorreu sobre o artigo 13 da Lei Federal nº
9.096/05, que define os índices mínimos de votos à Câmara dos Deputados,
exigidos dos partidos políticos para funcionamento parlamentar. Além disso, referindo-se às eleições
presidenciais ocorridas no dia vinte e nove de outubro do corrente, classificou como preconceituosa a avaliação sobre o assunto hoje efetuada pelo Vereador Nereu D'Avila, em
Comunicação de Líder. Na ocasião, o Vereador Sebastião Melo formulou
Requerimento verbal, solicitando que Arquiteto Jorge Debiagi seja convidado a
comparecer neste Legislativo, para prestar informações acerca do empreendimento
conhecido como “Projeto Pontal do Estaleiro”, a ser implantado na orla do Lago
Guaíba, tendo o Senhor Presidente solicitado que esse Requerimento fosse formalizado
por escrito. Ainda, foi apregoada a Emenda nº 13, de autoria do Vereador Elias
Vidal, ao Projeto de Lei do Executivo nº 046/06 (Processo nº 4969/06). Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Sofia Cavedon saudou a reeleição do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que o resultado no pleito
ocorrido no mês de outubro do corrente demonstra a opção dos brasileiros por um
governo que priorize programas direcionados à diminuição da desigualdade
econômica, à inclusão social e à melhoria da qualidade de vida da população. Ainda, criticou o pronunciamento de
hoje do Vereador Nereu D'Avila, em Comunicação de Líder. O Vereador Luiz Braz analisou o papel desempenhado pelos
Partidos de oposição no debate e fiscalização de projetos encaminhados pelos gestores
em nível municipal, estadual e federal, ressaltando
a importância do esforço conjunto de todos para que sejam concretizadas
soluções aos problemas enfrentados pelo País. Também, questionou a liberdade de opção de voto verificada nos
pleitos eleitorais, em face do poder de pressão econômica que atualmente se
concentra junto ao Poder Executivo. A Vereadora Maristela Maffei asseverou que o resultado do segundo
turno das eleições nacionais demonstrou uma reorganização dos “Partidos de
esquerda” no Brasil e cumprimentou
o Senhor Olívio Dutra pela sua atuação como candidato ao Governo do Estado. Ainda, frisou que o programa político
defendido pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ultrapassa conceitos como
assistencialismo, viabilizando a inclusão social e a recuperação da dignidade
de grupos carentes da população. O Vereador Elói Guimarães chamou a atenção
para a necessidade de, passadas as eleições, se buscarem alternativas eficientes
para o desenvolvimento do Brasil, considerando muito baixo o crescimento do
Produto Interno Bruto brasileiro no último ano. Nesse contexto, criticou o uso
de políticas assistenciais pelo Governo Federal, asseverando que programas
dessa natureza não propiciam a melhoria efetiva na qualidade de vida da
população por eles atendida. A seguir, foi apregoada a Emenda nº 14, de
Iniciativa Popular, de autoria da União das Associações de Moradores de Porto
Alegre – UAMPA –, Associação Comunitária de Moradores e Amigos do Jardim
Leopoldina – ACOMAJAL – e Associação de Moradores do Parque dos Mayas II, ao
Projeto de Lei do Executivo nº 046/06 (Processo nº 4969/06). Também, o Vereador
Haroldo de Souza manifestou-se em relação à atuação do Segurança Parlamentar
Gaspar Azambuja durante o roubo ao Setor de Tesouraria deste Legislativo, ocorrido
no dia vinte e cinco de outubro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Professor Garcia comentou o parecer exarado pelo Tribunal de Contas do
Estado do Rio Grande do Sul, o qual considera inconstitucional uma Lei
Municipal de São Leopoldo, que destina cotas para negros em vagas no serviço
público. Ainda, posicionou-se favoravelmente à utilização do sistema de cotas
raciais como política de reparação a afro-brasileiros, alegando os benefícios
dessa medida para a população negra de baixa renda. O Vereador José Ismael
Heinen parabenizou o Grêmio Beneficente de Oficiais do Exército e o Senhor
Edgar Bittencourt da Luz por premiações recebidas. Além disso, comentou
problemas ocorridos ultimamente em aeroportos brasileiros, desaprovando a
gerência da área de aviação civil pelo Governo Federal. Finalizando, sugeriu ao
Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, o perdão da dívida
do Rio Grande do Sul para com a União. Em continuidade, os Vereadores Haroldo
de Souza e Professor Garcia manifestaram-se acerca da verificação de quórum
para ingresso na Ordem do Dia. Às dezesseis horas e cinqüenta e nove minutos,
constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Luiz Braz e Haroldo de Souza e secretariados pelo Vereador
Haroldo de Souza. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim
e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João
Bosco Vaz, nos termos do art. 218, inciso VIII, do Regimento desta Casa
Legislativa, comunica seu afastamento do exercício da Vereança. Informa que o
referido afastamento se deve à investidura no cargo de Secretário Municipal de
Esporte, Recreação e Lazer, função a ser desempenha a partir de hoje. E, quanto
à opção pecuniária, nos termos do art. 218, inciso VIII, parágrafo 1º do
Regimento, declara que opta pelo vencimento do cargo de Vereador.
O Ver. Márcio Bins Ely assume a Vereança em
substituição ao Ver. João Bosco Vaz e passa a integrar a Comissão de
Urbanização, Transporte e Habitação, a CUTHAB. Seja bem-vindo.
Passamos à
DISCUSSÃO PRELIMINAR
(06 oradores/10 minutos/com aparte)
5ª SESSÃO
PROC. N. 4969/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 046/06, que estima a Receita e fixa a Despesa do Município de Porto Alegre para
o exercício econômico-financeiro de 2007. Com
Emendas nos 01 a 12.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; colegas Vereadores e Vereadoras, prezados
assistentes, na discussão da Proposta Orçamentária/2007, na análise que temos
feito, gostaria de salientar alguns pontos que são importantes e interessantes
para o Município de Porto Alegre. O primeiro deles é a ausência de um conjunto
de demandas já aprovadas no processo do Orçamento Participativo, mas que não
estão arroladas nesta Peça Orçamentária, conforme a diretriz política que o
atual Governo Fogaça vem anunciando e anunciou em todas as reuniões do próprio
processo do Orçamento Participativo. Sr. Presidente, essas obras e atividades
já foram decididas pela Cidade, e a definição do Governo é de que todas elas
têm de aparecer na Peça Orçamentária. Se não aparecem nesta Peça Orçamentária,
isso significa que há uma negação dessas obras que já foram decididas
anteriormente, no ano de 2006.
Nós estamos discutindo aqui a Peça Orçamentária
para 2007, e, na semana que passou, eu tive o privilégio e o prazer de debater
com o colega Cassiá Carpes na Rádio Pampa, onde analisávamos as obras atrasadas,
atrasadas sob o ponto de vista de obras feitas, iniciadas e não acabadas,
inclusive obras decididas nos Planos de Investimentos dos anos anteriores ao
atual e não realizadas. E, aí, só de obras viárias, Sr. Presidente, nós temos
uma lista que corresponde a 5,5 milhões de reais. Eu posso citar o exemplo de
uma delas aqui. O Beco da Vitória, que liga a Rua Edgar Pires de Castro à
Avenida do Lami, não está contemplado na Peça Orçamentária. Faço este registro
para receber aqui uma explicação da base do Governo: por que as obras
atrasadas, decididas no processo do Orçamento Participativo, não estão
contempladas?
A segunda questão que quero levantar, aí trazendo
concordância inclusive com a exposição feita aqui pelo Sr. Presidente na Emenda
que apresentou à Peça Orçamentária... Já dizíamos, na análise da LDO, que está
- e estava - equivocado o método como o Executivo Municipal trata do tema
Câmara de Vereadores dentro da Lei Orçamentária, porque a Câmara de Vereadores
aparece como um Projeto específico do Executivo, e nós não somos um Projeto
específico do Executivo, nós somos um Poder que tem autonomia, que é
independente do Poder Executivo. Portanto o Poder Executivo não pode tratar, na
Peça Orçamentária, Verª Manuela, a Câmara de Vereadores como se fosse um Projeto
do Executivo. A Câmara de Vereadores é um Poder autônomo e assim tem que ser
reconhecida e respeitada.
E já posso dizer aqui, Ver. Luiz Braz, que temos
toda a concordância com a Emenda que o senhor apresentou para fazer essa
correção no Orçamento Municipal, e aí dialogo com o Ver. Professor Garcia, que
representa aqui a base de sustentação do Governo Fogaça, trazendo que essa
Emenda é um equívoco sob o ponto de vista jurídico. E digo mais: creio que a
Comissão de Constituição e Justiça deveria se posicionar sob o ponto de vista
da legalidade da sua Emenda, para identificar que é flagrante o equívoco, sob o
ponto de vista jurídico, apresentado nesta Peça Orçamentária.
Terceiro ponto que gostaria de comentar:
apresentamos uma Emenda à Peça Orçamentária no item 105, Programa Cresce Porto
Alegre, que consta na página 232. Nessa página, um dos Programas específicos é
“Porto Alegre Rural - Fomento à Produção e Comercialização”, e aí, na
segunda-feira passada, a convite dos produtores, realizamos uma reunião no
Gabinete de Programação e Gestão, ou Gestão e Programação, do qual tive o
prazer de participar, junto com os colegas Ismael, Cassiá e Ervino Besson. E
houve toda uma discussão sobre os problemas relacionados à produção e à
comercialização. Um dos problemas apresentados lá - e reconhecidos pelo Governo
- é a deficiência da estrutura para realizar a Festa do Pêssego, que acontece
anualmente no bairro Vila Nova. Já existe a definição política e orçamentária
inclusive para desenvolver o que chamamos de Centro de Atividades Rururbana de
Porto Alegre. Na Administração da Frente Popular, esse tema já havia sido
tratado; por decisão orçamentária, já foi comprada uma área, que se situa ao
lado da Igreja da Vila Nova, junto ao Campo do Periquito, uma área pública
municipal, e todos os anos o Município tem que desembolsar em torno de 100 mil
reais para montar e desmontar toldos. Se pegarmos esse dinheiro e investirmos
no Projeto, para construir uma estrutura fixa, que sirva para o Centro de
Atividades Rururbana, bem como para as demais atividades que possam acontecer
durante o ano, com certeza estaremos fazendo um investimento num equipamento
público, diminuindo gasto público.
Por isso estamos apresentando essa Emenda. É uma
Emenda que propõe um valor pequeno: 150 mil reais. Eu convido os colegas
Vereadores que participaram daquele evento, daquela discussão, com o
comprometimento público que fizemos, a assinarem junto a Emenda, para que
possamos dar continuidade ao compromisso acordado na mesa do Secretário de Gestão,
Clóvis Magalhães.
Este é um tema político acordado que trago à
discussão, é uma demanda, e todos nós sabemos que é uma necessidade
politicamente já identificada, já construída e já entendida: as atividades
rururbanas de Porto Alegre, se não investirmos em qualidade, tendem a
desaparecer. E nós temos o compromisso político e social de fazer com que a
produção de pêssego, a produção de uva e ameixa, a produção de flores, a
produção de folhosas, a produção de piscicultura, ou seja, de peixe, e outras
atividades do setor primário não só tenham continuidade, como também possam ser
incentivadas e qualificadas.
Portanto, essa Emenda que propõe a construção de um
Centro de Atividades Rururbanas em Porto Alegre tem um propósito: que isso seja
referência permanente e contínua de apoio à atividade rural de Porto Alegre.
Nesse sentido, a Emenda apresentada está em discussão, inclusive
antecipadamente para a base do Governo, para as equipes técnicas do Governo; a
Bancada de oposição do Partido dos Trabalhadores está não só apresentando as
Emendas, mas disponível para o diálogo do ponto de vista da construção de
melhores Projetos para a cidade de Porto Alegre.
Sr. Presidente, essa é a nossa contribuição para o
debate da Proposta Orçamentária de 2007. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver.
Comassetto.
Quero saudar aqui o companheiro João Jorge, que já
foi Presidente do meu Partido e que visita a nossa Câmara Municipal.
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir
a Pauta Especial.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, saúdo o Dr. João
Jorge, que nos visita; nosso querido correligionário e amigo, sua visita é
muito importante para esta Casa. Muito obrigado.
Queríamos dizer que, ontem, se festejou nesta Casa
o Dia do Médico e o 55º aniversário da Associação Médica do Rio Grande do Sul.
Aqui foi lido um dos documentos mais impressionantes que se publicou na
imprensa brasileira nos últimos tempos. O Dr. José Aristódemo Pinotti - talvez
uma das maiores autoridades médicas deste País, ele foi Secretário da Saúde de
São Paulo - alerta para alguns fatos que se refletem exatamente numa cidade
como Porto Alegre, que tem ainda graves deficiências na área da Saúde, por uma
herança maldita recebida de 16 anos de caos na Saúde.
Diz ele que pouca gente se apercebe, mas que, no
Brasil, nós tivemos, em quatro anos de Governo Lula, Ver. Sebastião Melo, três
Ministros da Saúde: um que está indiciado pela Polícia Federal e pelos órgãos
públicos federais; outro, de Minas Gerais, e o terceiro, atual, que é de
carreira. Aprende-se em Administração que, se alguém quiser enlouquecer uma
tropa, deve mudar de general a toda a hora, mudar de ordens a toda a hora, e
nós vemos que a área da Saúde foi massacrada com três estilos completamente
diferentes de administração, destoando, inclusive, em questões cruciais e
maiores, desde a instalação epidêmica, endêmica, da dengue, até o orçamento da
área da Saúde, que atingiu 36 bilhões de reais. E nós ainda, com isso, nesses
36 bilhões, temos 2,5% do PIB. No mundo inteiro, os países que têm algum
compromisso com a Saúde aplicam no mínimo 10% desse PIB.
Tivemos,
no ano passado, cinco mil óbitos de mulheres, cinco mil mulheres morreram no
Brasil por câncer de útero - Doença Sexualmente Transmissível e de prevenção
obrigatória por parte do Governo Federal! Repito: tivemos cinco mil óbitos de
mulheres no Brasil com o diagnóstico de câncer de útero! Isso, talvez,
seja apenas a ponta do iceberg.
As questões do Orçamento estão diretamente ligadas
ao que a Prefeitura recebe do Governo Federal. Há um calote monumental dos
planos de saúde junto ao Sistema Único de Saúde, mais ou menos na ordem de um
bilhão de reais. É indispensável que 100% da arrecadação da CPMF seja integralmente
aplicado na área da Saúde, conforme a sua instituição original, mas que foi
deturpada por desvios. A CPMF foi flagrada, agora, não só como uma das
soluções, mas como uma das propostas, independente de qualquer ação
suprapartidária. Somada a dívida dos planos de saúde com o erário brasileiro,
especialmente com o Sistema Único de Saúde, mais a CPMF e mais os 35 bilhões
aplicados, chegaremos à importância de 5% do PIB brasileiro. Isso quer dizer
que, chegando com aproximadamente 50 bilhões, 2,5% do PIB brasileiro, nós
chegaremos à metade do que é aplicado em outros países que têm a Saúde como
prioridade no seu Governo. Aqui, a Saúde talvez esteja como a quinta, sexta ou
sétima prioridade, apesar de o Presidente da República ter dito aqui que ela está
perfeita.
Mais ainda: a rede primária no Brasil não faz
prevenção e não atende adequadamente; no País, não existe educação voltada para
a área da Saúde. As condições de atendimento, hoje, das populações mais pobres
- especialmente os idosos, que são obrigados a abrir mão dos seus planos de
saúde porque não conseguem pagar as suas mensalidades - se refletem,
exatamente, numa Cidade em que este Orçamento está batendo todos os recordes de
inserção do seu orçamento na área da Saúde. Estamos, hoje, Ver. Mario Fraga,
com 23,9%, praticamente 24%, da arrecadação bruta da Prefeitura aplicada
diretamente em Saúde, independente de verbas oficiais, independente de verbas
federais, além das verbas federais. E ainda consideramos deficiente o
atendimento.
Há muito que caminhar, há muito a ser melhorado; há
uma necessidade fundamental de aumentar a verba e o Orçamento federal, mas há,
no País - e essa é a denúncia maior do Dr. Pinotti -, uma centralização no
caminho contrário ao rumo da história. A Constituição de 1988 propôs que, num
País que tem 5.500 Municípios, essa questão fosse descentralizada, que fosse
dada aos Municípios a incumbência da assistência médica, e não ao Ministério.
Hoje há um processo imenso de centralização, e esse processo de centralização,
na contramão da história, faz com que cheguemos a essa dependência e a essa
incompetência insuportável do Ministério da Saúde fazendo um trabalho, Ver.
Sebastião Melo, que hoje ainda envergonha o País, que tem 2,5% do PIB, do seu
PIB, aplicado em Saúde, 36 bilhões, quando 138 bilhões são aplicados na dívida
externa, são aplicados nos juros da dívida. É isso que nós temos que modificar
no País. Nós precisamos de um novo Orçamento, de uma reforma e de uma verdade
orçamentária que, pelo menos, privilegie a Saúde e a transforme, se não na
maior, numa das maiores prioridades nacionais. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver.
Claudio Sebenelo.
O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para
discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Ausente. O Ver. Bernardino Vendruscolo está
com a palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Ausente. O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo. Sr.
Presidente da nossa Câmara de Vereadores, Ver. Luiz Braz; nobres colegas
Vereadoras, Vereadores, público que nos assiste, imprensa, TVCâmara, estamos
tratando da nossa Pauta Especial, da nossa Peça Orçamentária para o ano de
2007. Se andarmos em nossos bairros e vilas - nesses últimos momentos, nós
percorremos os colégios públicos de Porto Alegre, falando com as diretoras -,
teremos quase que um chavão constante, quase que um pedido único da nossa
população: poda de árvores e iluminação pública; iluminação pública e poda de
árvores. Essa é a maior demanda, talvez, da nossa população.
O pior é que uma é a causa da outra, porque hoje
nós temos uma iluminação pública encravada dentro do verde, entre as árvores,
e, segundo os cientistas ambientais de hoje, a poda é proibida, ela faz mal.
Não me convenço muito dessa determinação, porque me criei no Interior, fiz
muitas podas de árvores - justamente se fazia a poda para preservar as árvores
- e nunca vi árvore nenhuma desaparecer ou deixar de existir por ter sido feita
uma poda correta, dentro do tempo correto. E Porto Alegre está vendo
catástrofes de quebras de galhos, de quedas de árvores, atingindo a integridade
física da população, como ontem aconteceu na praça da nossa Feira do Livro, em
que uma árvore simplesmente desabou, ferindo algumas pessoas. Temos muitos
pedidos, principalmente, de cortes de eucaliptos, que são difíceis de ser
atendidos também, que são árvores muito perigosas, comprometendo moradias,
comprometendo a saúde do povo.
Chega-se à seguinte conclusão: ou voltamos a fazer
as podas para que haja mais iluminação nas ruas, para que cumpra com a sua
finalidade, ou nós temos que partir para mudar toda a rede de iluminação
pública, para tirar os postes de iluminação fora do verde. Acho que seria um
projeto que exigiria certa modificação de raciocínio, de como deveríamos fazer.
Temos de preservar o verde, mas também temos de preservar as condições físicas
do cidadão, tanto no seu deslocamento quanto na sua segurança pessoal, tão
necessária nos dias de hoje. Esse é um problema que a nossa Cidade está tendo.
Vejo que nesta Peça Orçamentária temos 2,5 milhões de reais para a iluminação
pública, e não é só trocar as lâmpadas para termos maior economia, temos que
fazer uma reengenharia: ou estudamos as podas dessas árvores que prejudicam a
iluminação pública ou temos que trocar o posicionamento da nossa rede de
iluminação. Se 2,5 milhões são necessários, eu não sei, mas temos que começar:
são colégios, bairros no escuro, e árvores velhas, centenárias, com galhos
comprometidos, com a iluminação comprometida, sendo isso perigoso para o bem da
população.
Uma outra grande preocupação que estive examinando
no nosso Orçamento diz respeito ao Hospital dos Funcionários Públicos do
Município, o Hospital Porto Alegre, que, neste ano, teve de receber um socorro
financeiro da Administração. Vejo contemplado esse ato que o Hospital precisava
para poder dar um atendimento condigno, ao menos minimamente condigno, aos
funcionários municipais. E veja-se este aspecto: quanto o Hospital, e temos
outros hospitais também, economiza de recursos para o bem público? Acho que
deveria haver um programa do SUS para canalizar recursos a esses hospitais,
porque essas entidades fazem com que haja economia dos recursos do SUS. Este
ano, Porto Alegre passou de 13 milhões para 14 milhões e 400 mil reais. Achamos
que ainda é insuficiente para que Porto Alegre tenha um atendimento condigno
quanto à saúde dos seus funcionários, talvez tenhamos que aumenta. E a grande
dificuldade, principalmente, dessas instituições é quanto à renovação da sua
tecnologia, o acompanhamento tecnológico dos equipamentos, para que haja um bom
tratamento.
Também estamos encaminhando algumas Emendas a
respeito de pavimentação de trechos que estão sem esse serviço, ligando trechos
importantes como o Beco das Palmeiras, em que foi feito um asfalto rápido,
eleitoral, em que deixaram as ligações ao léu, gastando, criando barro, levando
para cima dos asfaltos feitos. E a poeira, porque ali, ligando esses dois
eixos, ficou um tráfego intenso, faz com que os que lá residem estejam, como se
diz na gíria, sendo pulverizados por um talco vermelho nas suas residências e
na sua saúde.
Quanto ao geral do nosso Orçamento, como já
frisamos, parabenizamos a nossa Prefeitura, a Administração, pela seriedade do
cumprimento das suas metas orçamentárias quanto ao superávit, da necessidade de
termos três anos seguidos para podermos resgatar o crédito da nossa Prefeitura.
Então, quanto a isso, quero parabenizar a nossa Administração, o Prefeito e
toda a equipe de Secretários, logicamente com a contrapartida da Câmara de
Vereadores. Era isso, Sr. Presidente, muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Muito
obrigado, Ver. José Ismael Heinen. A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores,
em relação ao Orçamento que nós estamos discutindo para 2007 é importante que
façamos uma equiparação com os dos anos anteriores.
Em
especial na questão do saneamento básico; por exemplo, no DEP, na SMOV e no
DEMHAB. No DEP, realizado em 2005, 1,54%; fixado para 2006, 2,26%; previsto
para 2007, 3,11%. Na SMOV, nós temos realizado em 2005, 3,99%; fixado para
2006, 3,02%; previsto para 2007, 3,65%. No DEMHAB, 11,20%, realizado em 2005;
12,39%, fixado para 2006; 11,78%, previsto para 2007. No que tange à FASC, na
fala do Prefeito Municipal de Porto Alegre, que vem capeando o Orçamento em
tela, “a assistência social foi fortalecida com ações para a inauguração do
módulo de Assistência Social Morada da Hípica, beneficiando 2.400 pessoas da
Região Sul da Capital”. O que eu quero dizer com isso? Se nós formos analisar
os percentuais do Orçamento de 2005, de 2006 e a previsão para 2007, parece que
acontece um milagre nos últimos dois anos em relação ao Orçamento.
Aliás,
Ver. Luiz Braz, ainda bem que nós temos o Canal 16, porque, senão, senhoras e
senhores que nos estão assistindo, em especial a Liderança do Governo, que faz
de conta que não tem ninguém aqui na tribuna... É assim que funciona aqui! Se a
TVCâmara focar um pouco, há um desleixo total desta Casa em relação a uma
Vereadora que está falando! Mas, tudo bem, como temos o Canal 16, Ver.
Sebenelo, vamos continuar falando, mesmo com todo esse desprezo a um Vereador
eleito de Porto Alegre!
Como eu estava dizendo, parece - e nós vemos na
prática - que as coisas aconteceram, mas quem vive a realidade do dia-a-dia
sabe que essa tabela, a qual eu me referi com números exatos do que está acontecendo,
traz um total desrespeito com a cidade de Porto Alegre, Ver. Mario Fraga, no
que diz respeito à previsão para 2007. Ora, nós temos 1,54% realizados, 2, 26%
fixados e uma previsão de 3,11%, são números muito próximos. E a idéia, em
especial na questão do saneamento, em especial em Porto Alegre, com as
dificuldades e problemas que nós temos, seria uma fixação muito maior, que não
é o caso que acontece aqui.
Vejam, a FASC: em 2005, 2,69% foi realizado até
agora; 2,65% em 2006; e, para 2007, está previsto 2,74%. Ver. Sebastião Melo,
de fato, eu tenho certeza de que, com a sua volta, V. Exª vai-nos poder
auxiliar muito, eu sei que V. Exª é um homem de posição, porque,
independentemente de estar na base do Governo Fogaça, há de convir que isto
aqui, como o Ver. João Dib diz, de fato é uma “peça de ficção”! Porque só quem
vive lá, quem vê, quem sente os problemas é que sabe que é um deboche público!
E nós, que somos fiscalizadores, nós, que estamos à frente das lutas e sabemos
do problema do cotidiano, sabemos também que não é possível aceitar esse tipo
de atitude. Já fazíamos essa crítica quando do nosso Governo da Frente Popular,
quando achávamos que havia defasagem. Agora, aqui não é uma questão de fazer
simplesmente uma oposição: é uma realidade baseada em fatos.
Até agora, na questão da Saúde, Srs. Vereadores e
Sras Vereadoras, não nos foram respondidos ainda os itens colocados
aqui, com total desprezo da Líder do Governo, que não se pronunciou até agora
em relação à questão dos remédios excluídos nas nossas farmácias do Município.
Aliás, quatro itens foram trazidos aqui na primeira fala, e até agora nós não
tivemos retorno, simplesmente foram ignoradas as denúncias realizadas nesta
tribuna, e nós constatamos lá a falta desses remédios. Mas não é a falta apenas
pela transição de um contrato; realmente, excluíram esses remédios e não os
substituíram.
Senhoras e senhores, público que no assiste pelo
Canal 16, eu não vou ocupar os dez minutos, porque, salvo alguns Vereadores que
estão prestando atenção, de fato, quando se tem a maioria, não importa
responder. Tratam-nos com uma fala ridícula que não tem fundamento, porque
somos minoria, e assim é que é constituída esta Casa, Ver. Sebastião Melo, que
nos assiste com muita seriedade. Infelizmente, não obtivemos nenhuma resposta
até agora. Eu gostaria que o Ver. Garcia, que é parte da base do Governo,
tivesse uma cópia e nos trouxesse uma resposta em relação à fala que eu fiz
nesta tribuna, contrapusesse os argumentos com os seus números, em relação aos
números que eu apresentei nesta tribuna.
Sr. Presidente, eu agradeço a atenção, ao menos
virtual, do Canal 16. Que se pronunciem em relação à forma com que os
Vereadores na sua grande maioria, em especial da Liderança do Governo, tratam
os Vereadores de oposição nesta Casa! Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Márcio
Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Sr. Presidente
Haroldo de Souza, na pessoa de V. Exª quero cumprimentar os demais Vereadores e
Vereadoras desta Casa; público que nos acompanha nas galerias, público que nos
assiste pela TVCâmara, senhoras e senhores, hoje discutimos em Pauta Especial a
Proposta Orçamentária de 2007. Achei oportuna esta inscrição para abordar
alguns temas relevantes a serem considerados e analisados a partir do estudo
desta Peça Orçamentária.
Inicialmente quero cumprimentar as iniciativas do
Governo na formulação deste documento no que diz respeito ao importante norte
que segue este Governo, bandeira, inclusive, que carrega como slogan de
Administração, que é justamente o compromisso de preservar conquistas e
construir mudanças. Acho muito importante fazermos uma reflexão a partir desse
encaminhamento pontual, porque existe, sim, por parte deste Governo, do Governo
Fogaça, compromisso com a efetiva Administração da Cidade. As Secretarias, por
meio da transversalidade, articulam e executam as políticas públicas propostas
por este Governo durante a campanha. Quero dizer que preservar conquistas e
construir mudanças é, sim, um passo muito importante que está sendo dado na
nossa Cidade.
Então, eu gostaria de registrar aqui, pontualmente,
Ver. Mario Fraga, que, em realidade, o grande compromisso que está assegurado,
mantido, pautado, que está delineado nesta Peça Orçamentária, que é para o ano
que vem, é o compromisso do Governo com o Orçamento Participativo. Eu tive a
grata experiência de estar frente à Pasta de Esportes, Recreação e Lazer
durantes seis meses, de maio até agora, novembro. Hoje retorno com muita
alegria à Casa, com aquele espírito de dever cumprido, porque, realmente, nós
implementamos esse que era um compromisso de campanha e que é uma grande
conquista da Cidade. Porque eu considero... E queria dizer aqui, Ver. Haroldo,
que esse instrumento, essa ferramenta de que hoje se utiliza a população e a
comunidade porto-alegrense, que é o Orçamento Participativo, é uma conquista da
comunidade porto-alegrense; é uma conquista da sociedade porto-alegrense e está
assegurada aqui. Está assegurada, é uma prioridade de Governo, vai seguir, as
obras estão sendo resgatadas, inclusive aquelas que não haviam sido realizadas
em anos anteriores e que já eram um compromisso da Prefeitura com a população.
E eu posso afirmar isso por experiência própria,
porque na Secretaria de Esportes nós conseguimos encaminhar oito das dez
demandas que estavam previstas para serem realizadas. Limpamos a pauta deste
ano, de 2006. Através da articulação, da transversalidade junto a
encaminhamentos com a Secretaria da Indústria e Comércio, junto com a SMAM,
junto com a própria Secretaria da Saúde, nós conseguimos dar encaminhamento,
conseguiremos atender oito das dez demandas que estavam previstas para o
Orçamento Participativo de 2006 e quatro que foram recuperadas de anos
anteriores.
O Sr. Mario Fraga: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Márcio Bins Ely, primeiramente, quero
saudar V. Exª pela volta a esta Casa; eu, que faço parte da Bancada de V. Exª,
fico supercontente, pessoalmente, com sua volta. Eu queria também, nesses
termos que V. Exª coloca na tribuna neste momento, dar os parabéns pela sua
passagem na Secretaria e, principalmente, Ver. Márcio Bins Ely, por ter
cumprido as demandas do Orçamento Participativo. Não podemos esquecer que eles
falaram que nós não iríamos fazer o Orçamento Participativo, e o Prefeito
Fogaça está cumprindo, passo a passo, as etapas que ficaram para trás no outro
Governo. Meus parabéns, Vereador!
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Muito
obrigado, Ver. Mario Fraga, acho muito oportuna a colocação, companheiro, e
também fico muito satisfeito em saber que a nossa Bancada bem articulou esse
meu retorno, agradeço o empenho dos Vereadores no sentido de estarmos
retornando à Casa para novamente podermos contribuir com o Parlamento
Municipal.
Mas retomo o tema, reafirmando que esse é um
compromisso que está garantido na Proposta Orçamentária de 2007, nós queremos
fazer o reconhecimento, através deste Vereador, da nossa Bancada, do empenho
pessoal do Prefeito Fogaça no sentido do cumprimento das obrigações firmadas
pelo Poder Público com a sociedade através dessa importante ferramenta que é o
Orçamento Participativo. Quero dizer que é com muita alegria que nós percebemos
aqui uma priorização dessas demandas. Esse foco que é dado e essa
transversalidade que tanto é batida, que tanto é fortalecida, que faz com que
as Secretarias se inter-relacionem e possam produzir muito mais para o coletivo
da comunidade porto-alegrense, é o que realmente permite que os empreendimentos
e as ações ocorram, é o que faz a diferença, é o que permite que a
Administração honre esse compromisso com a comunidade. Porque as dificuldades
financeiras são muitas; e eu diria que isso não é um privilégio, entre aspas,
do Governo Municipal. As dificuldades financeiras se dão em nível estadual e
nível federal. Mas, apesar disso, esse importante compromisso está sendo
honrado, está sendo cumprido, graças ao princípio da transversalidade entre as
Secretarias e muito também em função desse importante compromisso do Governo
Fogaça de preservar conquistas e construir mudanças.
Então, eu quero congratular a Administração, o
Planejamento, essa nova formatação de distribuição orçamentária a partir dos
programas, o que realmente reforça e força o entrosamento a partir de temáticas
de grupos de interesse, como é o Programa Gurizada Cidadã, o Porto da Inclusão,
enfim, o próprio Orçamento Participativo, que também aparece e é pontuado como
um dos Programas de Governo, que são esses 21 programas. Vou deixar aqui,
então, essa análise a respeito da Proposta Orçamentária de 2007.
Os nossos cumprimentos pela seriedade, pela
responsabilidade e pela objetividade com que a Prefeitura vêm enfrentando esse
debate e essa temática que é o Orçamento Participativo e o que está previsto, o
que está consolidado e o que vai ser feito, com o foco nesse tema, a partir da
responsabilidade, dos compromissos que estão gravados nesta Peça Orçamentária.
Fica aqui o nosso reconhecimento, os nossos cumprimentos ao Prefeito Fogaça e à
sua equipe pela iniciativa e pelo compromisso firmado, assumido e gravado, que
será realizado, está sendo implementado, melhorado, preservando conquistas e
construindo mudanças. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público
presente e assistência do Canal 16, nós temos feito um conjunto de reuniões
bastante significativas na CEDECONDH, em que as deficiências, as dificuldades,
os problemas têm se apresentado de forma bastante importante. Isso, em
determinado grau, tem nos orientado na elaboração da Peça Orçamentária, no
sentido de que tenhamos um conjunto de ações e prioridades voltadas àquelas
comunidades carentes, àquelas comunidades que ainda estão com deficiência no
acesso aos serviços básicos, aos serviços públicos essenciais, há necessidade
de, a partir da Lei de Diretrizes Orçamentárias, da Lei Orçamentária anual,
hierarquizar as ações para garantir as políticas no próximo período.
Há poucos dias, tivemos uma audiência, por exemplo,
com o Cedeca, que trata da questão dos jovens que têm relação com a lei, jovens
que são egressos ou que precisam ter assistência especial para o tipo de tratamento
que necessitam receber. E esse é um setor que está muito carente, está com
disponibilidade exígua de recursos, e nós pensamos, debatemos e propusemos no
sentido de que, no próximo período, fosse assegurada, de conjunto, uma Emenda à
Lei Orçamentária Anual para que esse serviço possa ter não só continuidade como
condições de ampliação. Para isso, inclusive, criamos uma comissão que está se
reunindo com a coordenação da FASC, com a participação dos demais órgãos da
Prefeitura e, também, com a participação da Comissão de Direitos Humanos,
Defesa do Consumidor, Acesso à Terra e Habitação e Segurança Urbana.
Na mesma direção, nós tivemos, ontem, Verª
Margarete, uma audiência muito expressiva com a comunidade da Vila Minuano, em
que, lamentavelmente, só faltou a presença da SMAM. Estiveram presentes todos
os outros órgãos do Governo, moradores e a CEDECONDH com todos os seus
Vereadores: Cassiá Carpes, Margarete Moraes, Mauro Pinheiro, Ervino Besson e o
Raul Carrion. Nós fizemos uma belíssima discussão. Aquela comunidade da Vila
Minuano, com cerca de três mil famílias, tem uma carência enorme e há muitos
anos tem participado do Orçamento Participativo, mas demanda obras de
infra-estrutura de grande monta, de aproximadamente sete, oito milhões de
reais. E só recentemente se abriram as portas para que, através do Ministério
das Cidades e da Caixa Econômica Federal, se pudesse viabilizar uma parceria e
a destinação de recursos garantindo obras dessa natureza.
Então, também produzimos uma comissão de trabalho
que vai dar conta das questões dos moradores de área de risco, por exemplo, da
Vila Minuano, que são 83 famílias; para dar conta da situação dos ocupantes de
uma área prevista para praça; da situação de regularização de imóveis ocupados,
quer seja em terras do DEMHAB, quer seja em terras da Caixa Econômica Federal.
Fizemos uma boa, produtiva e solidária discussão, fizemos o encaminhamento para
que haja, nos próximos dias, reuniões de trabalho, para que se possa estimar os
montantes, as necessidades de recursos, e, assim, traduzir em emendas, a
transferência de recursos, de rubricas hoje gravadas na Lei Orçamentária anual,
como, por exemplo, deslocamento de verbas de publicidade, ou deslocamento de
verbas de consultoria para a área de regularização. Foi muito bom e muito
importante, houve acordo entre todos de que esse deveria ser o encaminhamento.
Então, haverá reuniões nos próximos dias -
sexta-feira, dia 10, parece-me -, para termos uma noção mais exata dos passos a
seguir, a serem cumpridos, a fim de possamos, pela Lei Orçamentária anual,
gravar recursos, quer sejam eles de origem própria do Município, ou recursos
orçamentários de repasses federais, ou de financiamentos da Caixa Econômica
Federal. É importante, porque nós notamos que estamos progredindo em várias
questões fundamentais. Também é importante destacar que há grande necessidade
na Cidade de investimentos, e para isso precisamos de uma atenção e de uma
dedicação especial no que diz respeito ao conjunto de demandas que tratam da
questão da regularização fundiária. Muitos dos problemas enfrentados existem
porque ainda nós não tivemos uma priorização e o necessário volume de
investimentos na área de regularização fundiária - no cadastramento, serviços
de cadastro e topografia, aquisição, negociação, organização de cooperativas -,
para que as áreas tivessem um tratamento legal e adequado. Inúmeras dessas
áreas são públicas, foram ocupadas, áreas devolutas, áreas do Governo Federal,
do INSS, ou áreas da Caixa Econômica Federal. Por isso é importante observarmos
que, com um pouco de recursos e com prioridade de investimentos, nós podemos
dar condição legal a dezenas de vilas de nossa Cidade, facilitando a melhoria
do investimento da infra-estrutura pública e da documentação dos lotes e das
residências em todas essas áreas. Por isso este é um momento da maior
importância.
Queria também fazer um destaque: durante a semana
passada e a outra, nós fizemos visitas aos abrigos, aos albergues e às casas de
passagem da FASC. Fomos em visita a partir de uma definição do conjunto da
Comissão em relação aos debates travados aqui com base nas polêmicas e em
algumas ações que desencadearam violência contra moradores de ruas. Fomos
visitar os albergues e tivemos a satisfação de encontrá-los em condições
bastante satisfatórias. No entanto, isso não esconde o problema de que o número
de vagas liberadas está muito aquém do necessário; isso não esconde o problema
de que a desativação de programas como, por exemplo, o Cais Mental deixa muito
mais vulnerável, Ver.Oliboni, uma população que é cerca de 40%, que necessita
de tratamento de saúde mental. Então essas questões também têm que ter lugar
agora na priorização do Orçamento desta Casa.
De minha parte, agradeço a atenção e aproveito para
expressar e manifestar essas questões que são fundamentais, eu creio, para o
aperfeiçoamento da Peça Orçamentária. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Luiz Braz reassume a presidência dos
trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Encerrada a Pauta Especial. O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, não havia subido
ainda a esta tribuna depois da reeleição do Lula. Eu estou parado e preocupado
com o que está dizendo o Marco Aurélio de Mello, que é juiz do Tribunal
Superior Eleitoral. Ele disse - é claro que não se trata do branco ser preto,
nem o quadrado virar redondo; trata-se de uma peça que está na Justiça e que
será julgada - que o Tribunal Superior Eleitoral tem autonomia. Foi mais ou
menos isso que disse o Ministro a respeito dos processos que envolvem a figura
do Lula, atual Presidente e Presidente reeleito, para ser diplomado e assumir
em janeiro. Mas, pelo que eu entendi, se o Lula não puder ser diplomado, não
assume; assume José Alencar, que é o Vice de Lula. A gente nem sabe direito
quais são os vices. José Alencar é aquele dos juros mais baixos. E o Lula disse
que todos aqueles que são culpados, no exercício da vida pública, têm que pagar
pelos seus erros. Logo, se aconteceu mesmo o problema na campanha de Lula, se
ele for condenado, não vai assumir como Presidente da República, e teremos José
Alencar.
E eu tenho medo de uma coisa: essa amizade muito
próxima do Hugo Chávez, que conseguiu pegar o seu povo miserável e fazer uma
reviravolta, uma inhaca lá na Venezuela, voltou para o poder. Eu só espero que
o Brasil seja um País amadurecido, para não entrar nessa de movimentações
populistas. Porque o respeito deve ser dado a todos os setores. E, se o Lula
for culpado e tiver que sair, que saia! E que não venha nenhum movimento dos
braços armados, MST, Via Campesina e outros tantos mais para fazer do Brasil
uma Venezuela. Algo que já foi dito por aí: “venezualização”, é mais ou menos
isso. Agora, se o Lula concorda, não teremos nenhum problema.
Quando o Lula assumiu pela primeira vez como
Presidente da República, eu disse aqui desta tribuna que estaria torcendo, a
partir daquele dia, para um homem, com 53 milhões de votos, que estava chegando
à Presidência. Passaram-se quatro anos, e ele subiu, na votação, para 58
milhões de votos. A legitimidade está aí escancarada. São 58 milhões que
levaram Lula de novo à Presidência da República, mas existem os 39 milhões de
brasileiros que votaram no Alckmin. E o que é mais importante: existem 23
milhões de brasileiros que não votaram em ninguém, nem Alckmin nem Lula. Esses
23 milhões de brasileiros somados àqueles do voto nulo e em branco resultam num
contingente muito grande de gente, de povo - como gosta o Lula de dizer: “meu
povo!” -, que não está com ele. Logo, essas apurações do Superior Tribunal
Eleitoral através de Marco Aurélio de Mello, se realmente for simplesmente uma
peça que está na Justiça, será julgada e terá que ser obedecida. Poderemos ter,
sim, uma reviravolta nos próximos dias, mas eu espero que toda e qualquer
reviravolta que aconteça neste País... Que tenhamos realmente uma seqüência de
Governo com tranqüilidade e, por favor, sem Hugo Chávez como fantasma do
Planalto.
Quero reservar os minutos finais para o seguinte:
fomos assaltados aqui na Casa recentemente, e, como parte integrante da Mesa,
Secretário e tal, as primeiras providências sendo tomadas, não consegui
entender até agora o que está acontecendo, por isso venho trazer a público
isso, porque passei a entender como é a burocracia do serviço público. Se o
Presidente da Casa decide que determinada porta tem que ter um porteiro, alguém
tem que botar o porteiro lá, e não é o Presidente, e nós estamos com a porta
escancarada. Quer dizer, colocamos a tranca na Casa por causa do assalto, mas
ficamos pela metade. E o responsável, meu amigo Maynart, que é responsável por
lá... Infelizmente eu fui obrigado a chegar aqui, porque esta ordem já foi
dada: que as entradas da Câmara sejam bloqueadas! Mas alguém tem que obedecer
alguém!
Perguntei a um porteiro e a uma porteira, pessoas
que trabalham na portaria, o que faziam aqui: “Sou porteiro, parece que o
senhor está querendo me dar serviço”. Espera aí, o porteiro é para trabalhar na
portaria! As meninas da Taquigrafia trabalham com taquigrafia; agora, é
porteiro concursado, ganha do Município e diz: “Está querendo arrumar para
mim...”?! Não, não estou arrumando nada, só exigindo que você trabalhe naquilo
que você... O segurança é para dar segurança, o escriturário para escrever, o
Presidente para presidir, e porteiro é para ser porteiro! Agora, podemos nós,
diante da escassez de emprego - e o que tem de “neguinho” pedindo emprego e
qualificado para trabalhar! -, continuarmos com 20, 30 pessoas aqui na Casa
trabalhando quando querem, a hora que querem e não respeitando superiores?!
Alguma coisa está errada! É preciso que nós, os mais velhos, o Nereu, o Dib,
enfim... Todos nós devemos saber que o porteiro vai trabalhar na portaria;
segurança, na segurança; motorista é motorista, e estamos conversados. E aquele
que é porteiro e não quer ser porteiro que vá ser açougueiro, malandro!!! Nós
temos que ter um dispositivo também para mandar embora o servidor público!
Estou indo contra o servidor público? Não! Eu estou
indo a favor da máquina administrativa, que precisa funcionar! Agora, o
Presidente da Casa dá uma ordem, e aquele ali na frente não cumpre? Isso aqui
virou a casa-da-mãe-joana, e eu espero que nós possamos fazer alguma coisa
nesse sentido.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. Haroldo
de Souza, V. Exª esteve presente ontem na reunião de Mesa e sabe muito bem que
a Mesa da Câmara já tomou as providências com relação à segurança, mas é claro
que nós não podemos fugir, e esta Casa, como qualquer repartição pública, não
foge muito do fantasma da burocracia. Por isso mesmo, é claro, medidas já foram
tomadas, mas muitas medidas ainda estão em curso, estão sendo implementadas.
Nós queremos, com toda a certeza - e V. Exª faz parte da Mesa da Câmara Municipal
-, que essas medidas sejam o mais rápido possível implementas.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Presidente,
se uma porta é fechada, houve uma operação. Qual é a operação para fechar a
outra porta? É a mesma coisa. Mas aí fecha uma, e a outra está aberta, e o
responsável por aquela porta que continua aberta diz: “Ah! Eu estou vendo, eu
estou comprando uma fita, eu vou fazer uma separação aqui.” Por favor!
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Eu acho que
V. Exª, Ver. Haroldo - sabe que eu tenho um carinho muito especial por V. Exª
-, está observando de forma equivocada aquilo que está acontecendo na Casa com
relação às providências que estão sendo tomadas.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Com todo o
apreço que tenho por V. Exª, estou equivocado como? Se eu preciso fechar um lugar
que foi assaltado, se existem três portas, nós tomamos providências e fechamos
uma porta, e as outras duas continuam abertas? Eu estou equivocado?!
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. Haroldo,
é claro que nós não vamos fazer essa discussão...
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Vossa
Excelência quer dizer a burocracia? Mas é com essa burocracia que eu queria
acabar, porque, se nós, que estamos dentro da máquina, não acabamos com a
burocracia, o povo é que não vai acabar com a burocracia! Somos nós os
responsáveis!
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. Haroldo
de Souza, para alegria nossa, porque lhe temos uma admiração grande, V. Exª é
Secretário da Mesa e, assim como este Vereador, tem toda a responsabilidade no
sentido de que essa burocracia possa cair por terra, para que possamos fazer
com que esta máquina pública funcione a contento, assim como pedem aqueles que
nos colocaram aqui, mas, com toda a certeza, nós estamos juntos nessa missão,
Vereador.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Com certeza
estamos juntos, só que faz quinze dias que ocorreu o assalto.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Nereu
D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, ainda
estamos sob os reflexos do grande espetáculo da democracia do dia 29 de
outubro, quando milhões de brasileiros e brasileiras exerceram o seu direito de
voto, embora - como disse o Ver. Haroldo de Souza muito bem, citando números -
tenhamos tido um percentual muito alto de não-comparecimento e de votos nulos:
mais de 20 milhões. Mas, no Rio Grande do Sul, podemos dizer, com orgulho, que
foi cerca de 15%, ou seja, muito menos do que a média nacional, que esteve em
torno de 20% de nulos, abstenções e brancos.
Eu queria me referir a duas questões atinentes às
eleições de domingo; a primeira delas é sobre o nosso PDT. O PDT já havia,
entre 29 Partidos, participado daqueles sete que conseguiram ultrapassar a
cláusula de barreira. Conseguiu, no âmbito nacional, mais de 5% dos votos, que
significa 4 milhões e 600 mil. O PDT fez 4 milhões e 850 mil - portanto
ultrapassou a cláusula de barreira, os 5% - e 2% em nove Estados. Então, foi
realmente um momento de grande glória para o PDT, porque nós tínhamos ainda,
depois da morte de Brizola, indagações conosco a respeito do nosso desempenho
em nível nacional. Mas ficamos eufóricos com a ultrapassagem da cláusula de
barreira, repito: de 29 Partidos registrados no Superior Tribunal Eleitoral, 22
Partidos não ultrapassaram a cláusula de barreira.
A segunda questão é que, no Congresso Nacional, nós
aumentamos quase o dobro a nossa Bancada - serão 24 Deputados Federais que
terão assento no Congresso - e aumentamos também a Bancada de Senadores,
passando de quatro para cinco Senadores. E, agora, nas eleições de domingo, já
com o resultado do território do Amapá, nós tivemos vitória no Maranhão,
derrotando um clã, uma oligarquia de mais de quarenta anos da família Sarney,
através do nosso candidato Jackson Lago. Foi uma brilhante vitória do PDT. O
Jackson já foi Prefeito de São Luiz, no Maranhão, por mais de duas vezes, é o
homem da nossa Executiva Nacional. Portanto, foi uma vitória maiúscula do PDT.
E quase, quase, quase vencemos no Paraná, fazendo
com que um cidadão autoritário fosse derrotado - ele venceu por uma diferença
de 10 mil votos do nosso candidato, Osmar Dias -; cidadão esse que, logo após a
eleição, atacou a imprensa, atacou todo o mundo. Ele pensa ser o próprio Estado
do Paraná. Mas nós fizemos um papel magnífico lá, fazendo com que toda a mídia
prestasse atenção, uma vez que a eleição mais apertada, no domingo, foi a
eleição no Estado do Paraná. E repito: o nosso candidato foi vencido por esse
candidato arbitrário, o Sr. Requião, por apenas 10 mil votos. Portanto, os
nossos parabéns ao nosso vizinho Estado do Paraná, onde o nosso Senador Osmar
Dias teve um desempenho muito bom.
E aqui no Rio Grande, embora na questão majoritária
nós tenhamos ido mal, sim, nós mantivemos a Bancada de sete Deputados na
Assembléia e os nossos três Deputados Federais. Aqui nós ainda não podemos ter
uma euforia, porque apenas mantivemos os números, mas temos que analisar essa
questão, e ela já está iniciada, em nível interna
corporis do Partido, para análise: por que não houve crescimento, mas
apenas a manutenção dos nossos números?
Finalmente, registro a vitória da democracia com o
Sr. Presidente reeleito, mas os resultados apontaram que ele foi eleito pelos
grotões, contra a civilização. A civilização de São Paulo, do Rio de Janeiro,
de todos os Estados do Sul do Brasil, que são absolutamente politizados, votou
contra a corrupção. Não estou acusando aqui o Sr. Presidente de corrupto, nunca
o faria, porque sou responsável, mas, evidentemente, pelo que aconteceu, pelo
sim e pelo não, há, no entendimento dos gaúchos, dos catarinenses e dos
paranaenses, problemas com a questão ética no País. E os gaúchos, as gaúchas,
os catarinenses e os paranaenses resolveram votar menos no Sr. Alckmin, como
foi o nosso caso, do PDT, mas mais contra o status quo, pois,
infelizmente, o País foi levado na vergonheira das repetições infindáveis de
“mensalão”, “sanguessugas”...e não acaba nunca o problema de moralidade neste
País.
De qualquer modo, respeitamos a legitimidade do
voto, respeitamos a maioria do povo brasileiro e auguramos ao Sr. Presidente
que agora se livre daqueles amigos, do fogo amigo, que estabeleça um Governo de
desenvolvimento e amplie as políticas sociais - que realmente podem ser
ampliadas - e que diminua os furos; enfim, que tome o âmago dos problemas, das
crises que ainda abatem o povo brasileiro.
Finalizo, Sr. Presidente, dizendo que nós, que
acompanhamos os dias de chumbo, os dias tristes da Revolução de 1964, os dias
do autoritarismo; nós, que lutamos pela retomada da democracia, domingo
repetimos, para o mundo, um espetáculo democrático. Portanto, nós democratas,
nós representantes de parcelas deste povo, estamos felizes com isso. O povo
brasileiro foi às urnas, escolheu os seus candidatos em paz, sem nenhum
problema de ordem outra a não ser escolher bem aquilo que o brasileiro, a
brasileira achava de melhor para o seu País, para os seus Estados.
Portanto, reafirmo: nada melhor que o espetáculo
democrático repetido no domingo. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver.
Nereu D’Avila.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. N. 5018/06 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 009/06, que cria o Conselho Municipal dos
Direitos das Pessoas com Deficiência de Porto
Alegre - COMDEPA, dispõe sobre Políticas dos Direitos das Pessoas com
Deficiência e dá outras providências.
PROC. N. 5029/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 215/06, de autoria do Ver. Ibsen Pinheiro, que concede o título
honorífico de Cidadão de Porto Alegre
ao Ministro Nelson Azevedo Jobim.
3ª SESSÃO
PROC. N. 3910/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 169/06, de autoria do Ver.
Aldacir Oliboni, que estabelece critérios para formação da fila de
espera nos locais de prestação de serviços de saúde, assistência e previdência,
no Município de Porto Alegre.
PROC. N. 4761/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 208/06, de autoria do Ver.
Adeli Sell, que institui o Programa Incentivo à Prática de Esqueitismo
no Município de Porto Alegre,
mediante a instalação de equipamentos para a prática do esporte em parques de
grande concentração ou de grande circulação e em espaços públicos apropriados e
sem destinação específica.
PROC. N. 4773/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 209/06, de autoria dos Vereadores
Raul Carrion e Manuela d'Ávila, que acrescenta art. 2º-A à Lei nº 8.204,
de 15 de setembro de 1998, que obriga as instituições bancárias de Porto Alegre a destinarem um banheiro
para utilização do público, estabelecendo pena de multa de 1.000 UFMs à
instituição infratora.
PROC. N. 4974/06 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 047/06,
que declara de utilidade pública a Sociedade Beneficente Bom Pastor.
PROC. N. 2977/06 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 117/06, de autoria do Ver.
Alceu Brasinha, que torna obrigatória a instalação de brinquedos
adaptados para crianças portadoras de deficiências nos parques e áreas de lazer
do Município.
PROC. N. 4715/06 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 008/06, que altera, inclui e revoga dispositivos
da Lei Complementar nº 07, de 07 de dezembro de 1973, que institui e disciplina
os tributos de competência do Município, e da Lei Complementar nº 113, de 21 de
dezembro de 1984, que institui a Taxa de Coleta de Lixo no Município de Porto Alegre e dá outras providências.
Revoga as Leis Complementares: nº 307, de 23 de dezembro de 1993, que isenta os
aposentados, inativos e pensionistas do INSS - Instituto Nacional do Seguro
Social, do Pagamento da Taxa de Coleta de Lixo; nº 396, de 27 de dezembro 1996,
que altera dispositivos da Lei Complementar nº 07/73, que define base de cálculo e alíquota do IPTU para imóveis
localizados na zona urbana do Município, com utilização na produção agrícola e
dá outras providências; e o art.
2º da Lei Complementar nº 438, de 30 de dezembro de 1999, e dá outras
providências. Com Emendas nos 01
a 04.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
pena que a Verª Clênia e o Ver. Garcia não estejam aqui neste momento. Mas,
para não dizerem que nunca falei de flores, Ver. Luiz Braz, quero elogiar o
Projeto do Executivo que altera a Lei Complementar nº 352, de 8 de agosto de
1995, que dispõe sobre os membros do Conselho Municipal de Assistência Social.
Permanecem os 45 membros. Quatro eram do Estado - dois da FEBEM, que agora é a
FASE, e dois da Secretaria de Trabalho e Assistência Social - e um membro era
da Secretaria Nacional de Assistência Social, que, na prática, não colaboravam,
não se faziam presentes. Então, o Projeto vem para repor ao Município a sua
responsabilidade, os cinco membros serão oriundos das nossas autarquias. Quero
parabenizar o Executivo, vou votar favoravelmente e quero ajudar, inclusive, na
tramitação e na votação desse Projeto, que é muito importante.
Outro Projeto que eu considero inovador e
importante para Porto Alegre é o Projeto da nossa colega e companheira Verª
Maria Celeste, o PLL nº 079/2005, que institui isenção de pagamento de tarifa
no transporte coletivo para soldados e cabos da Brigada Militar em serviço. Na
verdade, isso já acontece, porém eles têm que entrar fardados no transporte
coletivo, e nós temos vários exemplos, especialmente em São Paulo e no Rio, Verª
Mônica Leal, de brigadianos que entraram fardados e foram assassinados. Quero
dizer que acho uma inovação para a nossa Cidade, sendo a Capital do Estado, e
tenho certeza de que nós todos vamos votar unanimemente esses dois Projetos.
O outro Projeto, Ver. Brasinha, é de sua autoria, o
qual torna obrigatória a instalação de brinquedos adaptados para crianças
portadoras de deficiências nos parques e áreas de lazer do Município. Apesar de
ser uma prerrogativa do Executivo Municipal, eu acho que aqui o Vereador faz
uma bela provocação, e eu, coordenando a Frente Parlamentar da Criança e do
Adolescente, quero me colocar à sua disposição para sermos parceiros na
execução desse Projeto.
Então, são Projetos importantes, é claro que temos
muito mais, mas hoje eu queria me referir a esses três, que, com certeza, vão
trazer muitos benefícios para a nossa cidade de Porto Alegre. Muito obrigada,
Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Verª
Maristela Maffei. A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Exmo. Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não tive a
oportunidade de fazer uso desta tribuna na segunda-feira, logo após o 2º turno
do processo eleitoral, mas não tenho como prática, na minha curta trajetória
política, achar que o povo apenas acerta quando está do nosso lado. Acho que é
um dos equívocos maiores que podemos ter, qualquer um de nós está sujeito a
isso, porque nós temos um convívio cotidiano com a população e estamos
submetidos à vontade dela a partir das urnas; então podemos cair nesse erro.
Eu lamento profundamente que o PDT, no uso da
Liderança a partir do Ver. Nereu D’Avila, avalie agora que, por ter alcançado a
cláusula de barreira, tal medida é democrática. Antes, avaliava como
antidemocrática. E lamento mais profundamente ainda que avalie e quase divida o
nosso País entre brancos e negros, grotões e civilizados. Todos nós,
brasileiros e brasileiras, Ver. Nereu D’Avila, somos civilizados. É um absurdo
o uso dessa expressão na tribuna de uma Câmara de Vereadores como a da nossa
Capital. Se justamente o nosso Estado é um Estado politizado, Ver. Sebenelo -
que me escuta atentamente -, ele o é porque os nossos Parlamentares não se
julgam superiores aos cidadãos e às cidadãs.
O povo do nosso País fez uma escolha em que o Rio
Grande do Sul, diferente do que disse o Ver. Nereu D’Avila - que eu não sabia
que era neoliberal até o dia de hoje -, deu mais de 40% dos votos, no dia 29, para
o Presidente Lula. Quarenta por cento para um Presidente que não fez chover,
segundo o Governador do Estado; para um Presidente que teve o pior câmbio da
história, esquecemos que foi um por um no Governo Fernando Henrique, mas é a
tese da Farsul; para um Presidente que foi tripudiado pelos veículos de
comunicação; que não criou o parque eólico, afinal de contas o investimento
federal foi do Governo do Estado; que não criou a Unipampa, porque certamente
uma universidade federal também foi invenção do Governo do Estado... São muitos
votos, Ver. Nereu. Um candidato a Governador que faz 46% dos votos sem dirigir
a administração de Porto Alegre, de Pelotas e de Caxias, como dirigíamos na
última eleição, com maior influência política, é certamente um vitorioso.
Nós não fomos eleitos pelos grotões, Ver. Nereu
D’Avila; nós fomos eleitos por homens e mulheres que são brasileiros e que, por
serem brasileiros, lutam para que este País seja um País soberano; lutam para
que este País seja um País democrático; lutam para que este País seja um País
onde os trabalhadores, a juventude, as mulheres, os negros, os semi-analfabetos
- que saiam, também, da sua condição de semi-analfabetos - sejam respeitados
como homens e mulheres que constroem este País. E constroem, muitas vezes, mais
do que muitos que têm preconceito para com eles, porque constroem
cotidianamente.
Nós vimos - e eu gostaria de lamentar profundamente
- neste mesmo Estado, que não é grotão, segundo o Ver. Nereu D'Avila, a
campanha mais preconceituosa de todas, dirigida pelas candidaturas adversárias,
que depois, inclusive, a alteraram graficamente: um adesivo que expunha os
quatro dedos do Presidente com um risco de proibido em cima. Depois,
ironicamente, alteraram a arte gráfica e colocaram: “Mais Quatro Não!” A
primeira fazia menção, sim, ao preconceito. Então, não nos estranha. Inclusive
eu tive uma discussão com a companheira do Ver. Márcio Bins Ely, que disse que
não fazia diferença, que aquilo ali não era o que fazia diferença, o que fazia
diferença era Lula ou Alckmin. Não, essas práticas fazem diferença.
E é por isto - porque nós combatemos a
discriminação, porque nós não nos julgamos mais civilizados que os outros,
porque nós estamos construindo um País com oportunidade para todos - que fomos
vitoriosos na eleição, porque o povo brasileiro aprendeu a ser tratado não de
favor, mas como merece ser tratado, porque é o povo que constrói este País, é o
povo que luta todos os dias para que este Brasil seja livre e seja
verdadeiramente de todos e de todas nós. Por isso vencemos a eleição, por isso
governaremos com todos aqueles que querem ver este País - com negros, mulheres,
índios, homens, jovens, todos juntos - soberano, independente e livre de toda e
qualquer forma de preconceito. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Verª
Manuela d'Ávila.
O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; colegas Vereadoras, Vereadores e prezados assistentes,
quero voltar aqui a buscar algumas respostas da base do Governo a um conjunto
de questionamentos que fiz desta tribuna na última Sessão a respeito do Projeto
de Lei Complementar do Executivo Municipal nº 008/06, que altera, inclui e
revoga dispositivos da Lei Complementar nº 07, de 7 de dezembro 1973, que
institui e disciplina os tributos de competência do Município, e da Lei
Complementar nº 113/84. Creio que essa lei apresenta de forma propositiva uma
unificação da legislação a respeito dos tributos municipais, e, nessa
unificação, Ver. Cassiá, ela traz um conjunto de mudanças na atual legislação
tributária e, nesse conjunto de mudanças, revoga alguns artigos de uma lei
complementar que foi aprovada aqui nesta Casa em 30 de dezembro de 1999, que é a
Lei Complementar nº 438, do Plano Diretor, que apontou e construiu aqui a Lei
de Isenção Tributária para os produtores rurais de Porto Alegre.
O que diz a atual lei municipal? Porto Alegre, pelo
seu atual Plano Diretor, não possui Zona Rural. Se não possui Zona Rural, o
INCRA, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, não tem mais
incidência legal sobre a gestão do território do Município. Se o INCRA não tem
gestão legal sobre a incidência do território do Município, porque não existe o
zoneamento rural, creio que o Município não pode propor que a alíquota seja
cobrada novamente pelo INCRA - ITR -, num conjunto de propriedades, desde que
essas propriedades tenham a produção primária.
E aí eu trago aqui uma outra discussão sobre esse
mesmo tema: hoje as propriedades primárias de Porto Alegre têm o direito legal
da isenção total dos tributos sobre a terra e sobre a casa em que moram os
proprietários, por uma lei aprovada aqui nesta Casa. Se o Executivo está
propondo mudar essa legislação, quero dizer que existem neste momento, Sr.
Presidente, lá na Secretaria da Fazenda, acredito, uns 300 processos, eles
estão lá há um ano, dois anos, ou até mais, sendo analisados pela estrutura
burocrática administrativa, sem resposta. Esse conjunto de processos que lá
está tramitando, Ver. Sebastião Melo, necessita ter um fim, porque, se nós
revogarmos a lei existente - e há um conjunto de processos... No meu ponto de
vista é um direito adquirido, mas, creio, o Governo deveria apresentar, se quer
fazer a mudança na essência da lei, em relação à lei que isenta dos tributos
municipais, também uma proposta em relação ao conjunto de contribuintes que já
pediram a isenção, mas que legalmente não receberam ainda e continuam com
dívida ativa. Essa é uma resposta que estamos buscando do Executivo Municipal.
A segunda é a seguinte: o INCRA só cobra ITR de
propriedades que têm um módulo rural ou mais, e o módulo rural em Porto Alegre
é de dois hectares. Como ficam as propriedades que são menores do que o módulo
rural? Essa é outra resposta que a lei não apresenta, a lei apresentada pelo
Executivo Municipal.
Trago esses questionamentos para poder levantar as
possíveis debilidades que as legislações apresentem, no caso especifico, esse
Projeto do Executivo, para que possamos dirimir essas dúvidas. Como o Projeto é
do Executivo - e eu venho pela segunda vez a esta tribuna registrar um conjunto
de deficiências, sob a análise que fiz -, gostaria de ter uma resposta por
parte da base do Governo, para que possamos dialogar e justificar no sentido de
que esses questionamentos já estão respondidos na lei, porque, sob o meu ponto
de vista, eles ainda não estão respondidos na lei. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver.
Comassetto.
O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr.
Presidente, eu tive a oportunidade de conversar com V. Exª, num debate na
TVCâmara, sobre um possível empreendimento aqui no Pontal do Estaleiro. Falando
com o Ver. Comassetto, ele me disse que há uns três meses, o arquiteto
responsável por esse projeto veio a esta Casa, na Presidência, mas teve uma
audiência muito pequena de Vereadores. Eu tive a oportunidade de ir ao Clube
Jangadeiros - é bem verdade, cheguei no meio da reunião, quando a comunidade estava
debatendo esse assunto. Esse assunto tem feito parte da mídia impressa e
falada. Eu gostaria de sugerir a V. Exª que convidasse o Dr. Debiagi para vir a
esta Casa, ao plenário, para fazer uma exposição completa, porque nós, da
Legislatura passada, ainda sob a tutela do Governo Tarso Genro e, depois, João
Verle, fizemos uma alteração de índice construtivo naquela área, mas o projeto
apresentado contempla índice que não está na Lei nº 470. Conseqüentemente,
qualquer projeto que se queira fazer vai desaguar nesta Casa. E eu acho correto
que os Vereadores se apropriem dessa matéria, uma matéria muito discutida na
Cidade. Eu quero propor a V. Exª levar à Mesa e, se houver o entendimento,
fazer o convite ao Debiagi para vir a esta Casa, ao plenário, e expor o
projeto Pontal do Estaleiro, porque eu pessoalmente tenho muito interesse em me
apropriar dessa matéria.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver.
Sebastião Melo, V. Exª tem um grande conhecimento sobre a matéria, e eu pediria
que, por favor, pudesse orientar a nossa Mesa, através de um Requerimento, para
que pudéssemos fazer os contatos, a fim de que essa audiência possa ser feita,
para que todos os Vereadores possam discutir e conhecer a matéria, porque é,
com certeza, de interesse de toda a sociedade. Muito obrigado. Eu peço que, por
favor, V. Exª ajude a nossa Diretoria Legislativa.
Apregôo a Emenda nº 13 ao PLE nº 046/06 (Lê.): “Anexo-Unidades Orçamentárias-Programa de Trabalho; Código e Nome do Programa: Programa Bem-Me-Quer; Ação Ruas-FMAS; Especificação: Famílias Acolhedoras; Unidade de medida: pessoas (crianças); Subvenções sociais: valor acrescentado: 150 mil reais”.
O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Claudio Sebenelo está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, gostaria de analisar o Projeto, Ver. Oliboni, que
cria o Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Porto
Alegre. E queria contar para os Vereadores uma experiência pessoal: eu fui
chamado, outro dia, para atender um paciente com perda de visão galopante. Ele
perdeu, primeiro, a visão de um olho, e está perdendo a do outro olho; não se
sabe a causa, ele está sob investigação e talvez perca totalmente a visão. Ele,
psicologicamente, é evidente, se encontra diante de uma tragédia pessoal que
não tem explicação, que não tem aceitação, e só o tempo, em muitos anos, vai
tirar desse jovem senhor essa mágoa brutal da perda da visão.
Eu me refiro a isso porque, pela delicadeza do
assunto, gostaria que se acendesse, nesta Casa, uma luz vermelha em busca das
questões dos acessos públicos e da acessibilidade no seu contexto total em
relação à política de direitos do ser humano, especialmente com referência às
deficiências físicas, Vereador. Evidentemente, as deficiências psicológicas, as
deficiências genéticas e as deficiências adquiridas, todas elas devem ter o
socorro, o respeito e a adaptação por parte de órgãos públicos.
Mas o que me faz vir à tribuna é a mudança de um
processo cultural que fez dos deficientes físicos motivos de anedotas, motivos
de chacotas, motivos de discriminação social. E hoje nós sabemos que uma pessoa
com deficiência física pode, na medida em que haja uma readaptação, um
treinamento e, principalmente, uma mudança do ambiente em volta do deficiente
físico... Nós podemos ter uma nova sociedade que não só respeite os seus
deficientes, mas que também minimize as deficiências com compensações, não só
físicas, mas do seu entorno.
Eu queria elogiar aqui o Executivo Municipal, que
cria esse Conselho e que dispõe a respeito de políticas dos direitos das
pessoas com deficiência, não só do ponto de vista dos seus direitos... Mas,
antes que haja a cobrança de direitos, o que o Executivo pode fazer para ampliar
o processo político, o entorno do deficiente? Facilitar a sua vida e, mais do
que isso, sanar não só a deficiência, pois, às vezes, por seu caráter
irreversível, só pode haver outros tipos de compensações... Que esse Projeto
seja, o mais breve possível, analisado por esta Casa; que seja, o mais breve
possível, criado esse Conselho; e o mais breve possível devem ser postas em
execução as políticas dos direitos do cidadão, das pessoas com deficiência
física, e, principalmente, que comece a diminuir o preconceito. Deve crescer o
amparo a essas pessoas, pois, mais cedo ou mais tarde, mesmo amparadas pela
sociedade, elas vão devolver, também, amparo a essa mesma sociedade, não só com
as questões de gratidão, que não é essa a questão, mas com a questão fundamental
de sua readaptação ao seu entorno social, que tem de ter o máximo de
consideração em se tratando de deficiência física. Quem de nós não é
deficiente? Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver.
Sebenelo. O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta.
(Pausa.)
A Ver. Sofia Cavedon está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente
dos trabalhos, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o
Presidente Lula foi reeleito pelo povo para um novo mandato, povo esse que
entendeu que ele significa o início e agora a possibilidade concreta de, neste
País, termos um Brasil da inclusão. Um Brasil da inclusão dos jovens na
universidade, da pessoa com deficiência na escola, no trabalho, um Brasil de
inclusão do afro-descendente na política habitacional, do afro-descendente na
posse das suas terras, do afro-descendente na universidade, na escola, no
emprego.
Um Brasil que enfrenta a desnutrição, que enfrenta
a miséria com o Programa Bolsa Família, com a vinculação da política de
assistência com a Saúde, com a Educação. Foi esse Brasil que votou no Lula.
O Brasil que votou na auto-suficiência, na
solidariedade entre os povos do Hemisfério Sul, da América Latina, de todo o
Hemisfério Sul da terra explorada pelo Hemisfério Norte. O Brasil que constrói
a sua auto-suficiência em energia, que constrói a sua auto-suficiência em
tecnologia, um Brasil que se prepara para o crescimento. Esse é o Brasil que
votou em Lula, esse é o Brasil dos mais civilizados, Ver. Nereu.
E o Brasil que votou em Lula é o Brasil que
acredita no seu povo, no direito do seu povo à dignidade, e, pasmem, o Brasil
que votou em Lula é o Brasil que quer um Brasil ético! Um Brasil que aposta na
Reforma Política, que é compromisso do Governo Lula! Um Brasil que já enfrentou
a corrupção, que fez as suas instituições responsáveis e guardiãs pela lisura
do que é público funcionar, como a Procuradoria-Geral da República, como a
Polícia Federal, como o Congresso Nacional, com as suas CPIs, sim, funcionando,
investigando! Um Brasil cujo Presidente não teve dó, nem piedade e nem passou a
mão por cima dos seus, fortalecendo as instituições responsáveis pela ética,
que desafia, hoje, todos os Partidos - com a sua autoridade, são 58 milhões de
votos! - a construírem uma Reforma Política que enfrente finalmente a estrutura
política deste País, que é corrupta, corruptora e corrompida! E, nas condições
políticas que o Presidente Lula está implementando e no diálogo que está
estabelecendo com todos os Partidos, ele vai construir a mudança estrutural que
vai fazer do País um país que proíbe, coíbe e pune a corrupção. É esse Brasil
que foi votado, que foi eleito e que é a nossa esperança, é a expectativa,
neste segundo mandato, do povo brasileiro.
Esse povo que o Ver. Nereu chama de civilizado é o
povo que usou o preconceito em adesivos, em cartazes, contra o Presidente Lula;
que usou o preconceito, porque ele é um Presidente sem formação! Usou o
preconceito, porque ele é um Presidente que tem a fala presa! Mas esse
preconceito foi derrotado! Foi vitoriosa, sim, a dignidade do povo brasileiro!
Foi vitoriosa a perspectiva de esperança, de emprego, de renda e de soberania!
Essa é a história nova que este Brasil está
fazendo, um Brasil, Verª Margarete, para as mulheres, em que as mulheres chefes
de família terão mais suporte, mais emprego e renda, mais dignidade! Um Brasil
em que a cultura popular é a cultura que será valorizada! Um Brasil em que a
Educação, o Fundeb, a Educação Básica terão financiamento e um aporte de
recursos como nunca tiveram! No Magistério, os educadores terão um salário
mínimo nacional, em que as desigualdades regionais serão enfrentadas!
E
o Presidente Lula foi claro: ele vai governar para os que mais precisam! Ele
vai governar contra as disparidades! O choque dele é o choque de cidadania! E
talvez isso incomode os Estados mais desenvolvidos; talvez isso incomode a quem
concentra terra e renda; e talvez isso incomode quem acha que o Estado tem de
ser mínimo, que o Estado tem de ser privatizado, que o Estado tem de manter os
privilégios, manter o status quo. Lula vai mexer na desigualdade social,
como já começou a fazer. Vai valorizar o salário mínimo, como já fez, e vai
valorizar os ganhos dos trabalhadores como nunca; os trabalhadores nunca
fizeram acordos acima da inflação. Vai valorizar os aposentados e vai valorizar
as nossas mulheres.
Desejo um segundo mandato muito lindo ao Presidente
Lula, e que os preconceitos continuem a ser derrubados - preconceitos de raça,
de formação, de etnia, de condição social -, pois, infelizmente, isso é o que a
gente ainda continua a ouvir nas falas nesta tribuna. Obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Obrigado, Vereadora do Partido dos Trabalhadores,
do Presidente reeleito, Lula, Verª Sofia Cavedon.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ
BRAZ: Ver. Haroldo de Souza, presidindo os
trabalhos, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, esta
Câmara, pelos discursos que eu ouvi, está em dessintonia com o restante do
País. Quando terminou a eleição nacional, o candidato Geraldo Alckmin fez
questão, tão logo soube que tinha perdido as eleições, de ligar para o candidato
vitorioso, Sr. Lula da Silva, e cumprimentá-lo, desejando-lhe sucesso. Aqui no
Rio Grande do Sul, o candidato que perdeu as eleições, o Sr. Olívio Dutra, fez
a mesma coisa: terminada a eleição, quando soube que o resultado lhe era
negativo, fez questão de ligar para a candidata vitoriosa, a Deputada Yeda
Crusius, e também a cumprimentou, desejando-lhe sucesso.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Presidente Lula -
reeleito - sempre teve o Estado do Rio Grande do Sul como um Estado político
privilegiado. Sempre foi eleito, no 1º turno, Presidente no Estado do Rio
Grande do Sul, em vários momentos em que havia outros candidatos. De fato,
nesse momento, o candidato Geraldo Alckmin esteve em primeiro lugar, com uma
disparidade bastante relevante, e no 2º turno demonstrou a força de uma
organização de esquerda no nosso Estado e de uma reacomodação da proposta
política da Frente Popular. E nós nos sentimos orgulhosos da votação que
fizemos aqui, bem como no 2º turno nos sentimos mais orgulhosos ainda da polarização
entre dois projetos absolutamente distintos - do meu ponto de vista de
socialista, estabeleceu-se a luta de classes. O que eu quero dizer com isso é
que Olívio Dutra, candidato da Frente Popular, merece todo o nosso respeito
pela altivez que demonstrou quando terminou a eleição, algo que para ele é
natural. Para nós, pessoas de bem, é profundamente natural: terminar, perdendo
ou ganhando, fazendo o reconhecimento para aqueles que venceram, mas também
agradecendo àqueles que estiveram junto e que perderam num determinado momento
na história.
O que eu quero mesmo, senhores e senhoras, é entrar
no mérito quanto à questão da Educação. Educação, Ver. Luiz Braz, é um projeto
político-pedagógico que não combina com fome. É diferente de assistencialismo,
porque, quando se tem comida, bem-estar, lazer e educação casados com projeto
político-pedagógico, forma-se uma consciência crítica. Diferente daqueles que,
na hora da fome, como no sistema do Reverendo Moon, introduzem na massa
encefálica aquilo que quer. Essa é a diferença, e é isso que nós temos que
compreender.
Agora, ouvir nesta Casa uma análise de que foi nos
grotões que Lula ganhou...! Quero dizer que temos muito orgulho de também
termos andado pelos grotões e de essas pessoas serem participantes ativas da
reconstrução daquilo que foi deixado como lixo humano, pela miséria humana,
pela falta de dignidade com que aquelas pessoas historicamente foram tratadas
neste País. Quem fala isso certamente pega um avião direto, fica num hotel
cinco estrelas no Nordeste, sem saber o que é sair de manhã de casa e ir para o
sertão e, ao voltar, não ter água, comer ovo e farofa. Diga-me: quem consegue
pensar ou trabalhar!? E o nosso projeto permitiu que as pessoas pudessem
brilhar os olhos novamente, não ter o seu corpo deformado pela fome e pela
miséria, essa é a diferença pela qual o Nordeste e o Centro-Oeste envermelhou.
Foi por isso, porque aqui, como o Grêmio e o Inter, ainda o povo, bem melhor
estabelecido na democracia, já consegue, num determinado crivo, colocar a sua
opinião. Isso não é problema nenhum, faz parte da democracia. Agora, reduzir a
vitória do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a algo menor é desconhecer
Filosofia, é não ter um passo além da sua pequenez de cultura, é só isso. E eu
acho lamentável, porque nós somos formadores de opinião e temos uma
responsabilidade política. Além de fazermos as políticas voltadas para nós nos
elegermos, somos formadores de opinião do futuro da história da humanidade,
pois a nossa geração passa, mas fica aquilo que fizemos para a sociedade. Muito
obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
(O Ver. Luiz Braz reassume a presidência dos
trabalhos)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Nereu
D’Avila está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Márcio
Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Ver. Luiz
Braz, Presidente: na pessoa de V. Exª quero cumprimentar os demais Vereadores e
Vereadoras desta Casa. Público que nos assiste pela TVCâmara, senhoras e
senhores presentes nas galerias, venho a esta tribuna para falar em Pauta e
gostaria de destacar aqui um Projeto de Lei oriundo do Poder Executivo, o PLCE
nº 009/06, que tramita em 1ª Sessão de Pauta e que cria o Conselho Municipal
dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Porto Alegre - Comdepa -, dispondo
sobre a política dos direitos das pessoas com deficiência e dá outras
providências.
Inicialmente eu gostaria de destacar desta tribuna
o compromisso do Governo Fogaça para com a causa dos PPDs. Eu acho que é fundamental
fazermos essa reflexão, porque neste Governo, Ver. Mario Fraga, foi criada a
Secretaria de Acessibilidade. E eu gostaria aqui de fazer um registro ao
trabalho sério, responsável e humilde que vem desempenhando o Secretário
Tarcísio. Eu tive oportunidade, inclusive, Ver. Ervino Besson, no final de
semana passado, de estar à frente da coordenação, participando e apoiando a
realização do Jomeex - 35ª Edição dos Jogos Metropolitanos de Estudantes
Excepcionais aqui na nossa Cidade, realizado no SESC Campestre, na Av. Protásio
Alves. E lá estava, como parceiro do evento também, não só a Secretaria
Municipal de Esportes, Recreação e Lazer, mas a Secretaria de Acessibilidade, a
SMED, a Secretaria de Educação e todo o conjunto do Governo, que, nesse sentido
de transversalidade, estava lá presente colaborando, apoiando, incentivando
essa iniciativa das APAEs, que é justamente a de organizar uma confraternização
através do esporte, que une, que inclui socialmente, que dá a oportunidade às
crianças de despertarem o espírito de competitividade positivo.
Então, quero registrar aqui, primeiramente, quando
faço a análise sobre esse Projeto, o compromisso firmado por este Governo em
realmente enfrentar a discussão dos PPDs e trazer, de maneira concreta, um
avanço significativo para a coletividade da comunidade porto-alegrense a partir
da criação da Secretaria Municipal de Acessibilidade. E, além disso, agora nós
vamos poder discutir, debater e trazer ao conhecimento da sociedade
porto-alegrense esse importante Projeto de Lei, que cria o Conselho Municipal
dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Porto Alegre. Eu tenho certeza de
que esse Conselho vai servir como ferramenta não só para o Secretário Tarcísio,
mas também para o Prefeito Fogaça e até mesmo para este Parlamento, para esta
Câmara Municipal poder ter pessoas representantes das mais diversas
associações, agremiações que se aglutinam, imantam-se no sentido de dar voz e
vez aos PPDs, através das suas organizações, das suas associações, das ONGs,
que tratam e abordam de maneira séria e responsável esse tema.
Então, quero aqui me somar e dizer que este Projeto
é oportuno, relevante e importante, terá o nosso apoio - tenho certeza -,
porque este debate, este carinho, este respeito, esta responsabilidade de
estruturar, de ter um Governo montado em cima de políticas públicas que
realmente possam trazer compromisso para as pessoas deficientes... Eu vejo aqui
o companheiro Gonzalez, companheiro do nosso Partido, que tem tratado e
enfrentado esse assunto junto ao PDT de Porto Alegre, ao PDT Regional, tem
contribuído, ele pode ser enquadrado como um PPD.
E quero dizer que realmente isso reafirma o
compromisso deste Governo, desta Administração com a causa dos PPDs, reafirma
aquele compromisso de campanha e reforça ainda mais a criação dessa Secretaria
e a criação desse Conselho. Eu vejo com muito bons olhos, acredito oportuno,
importante; será aprovado e instituído em Porto Alegre o Conselho Municipal dos
Direitos das Pessoas com Deficiência - Comdepa.
Parabéns, mais uma vez o meu registro e o meu
reconhecimento às iniciativas do Secretário Tarcísio, que tão bem tem conduzido
a Secretaria de Acessibilidade na nossa Capital, e ao Prefeito Fogaça por essa
iniciativa que terá, com certeza, o apoio unânime dos Vereadores desta Casa.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.
Ver. Haroldo de Souza, solicito a V. Exª que
presida os trabalhos, para que eu possa discutir a Pauta.
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. LUIZ
BRAZ: Ver. Haroldo de Souza,
presidindo os trabalhos; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Ver.
Carlos Comassetto, V. Exª fez uma discussão com relação ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 008/06, interessou-me pelo menos poder dialogar
com V. Exª, porque acredito que existam alguns pontos que não ficaram bem
compreendidos no Projeto do Sr. Prefeito Municipal.
O ITR, de acordo com a
Lei de Parcelamento do Solo, deve ser cobrado em qualquer propriedade que
esteja numa região urbana, mas essa propriedade deve ter uma destinação
agrícola, uma destinação rural. Então, se nós estivermos no centro de Porto
Alegre, que é uma zona urbana, se lá no centro de Porto Alegre tivermos uma
propriedade, Ver. Elói Guimarães, se fosse possível isso, uma
propriedade que se destinasse para o meio rural, o meio agrícola, ela teria de
pagar, de acordo com a legislação federal, o ITR, e não o IPTU, porque as
propriedades pagam os impostos de acordo com as suas destinações.
É claro que nós, aqui em Porto Alegre, temos
algumas propriedades... Eu vi V. Exª citar ontem a Vila Nova, que é uma região
que V. Exª conhece muito bem, atua lá largamente. Mas ali nós temos algumas
propriedades que, independente de aquela região não ser mais agrícola, têm uma
destinação agrícola, e, por isso mesmo, elas devem pagar o ITR. Agora, lá no
ITR existem isenções, aliás, chegam a ser imunidades. Lá no ITR diz que, para
propriedades de até 30 hectares, existe imunidade, ninguém paga imposto. Nós
repetimos isso - e foi uma Emenda minha no Projeto do Plano Diretor - aqui no
Município de Porto Alegre. Então, quando nós criamos aquela zona rururbana, nós
também estabelecemos que, para propriedades de até 30 hectares, as pessoas não
ficariam imunes, mas ficariam isentas, para que pudessem se igualar àquilo que
acontecia, então, no passado, com o ITR.
Neste Projeto, e como estamos criando a Taxa de
Lixo, diz no final que, para as propriedades de até 30 hectares, já que elas
são isentas de pagar o IPTU e, agora, isentas de pagar o ITR, elas também vão
ser isentas da Taxa de Lixo. Então, lá no final do Projeto existe também um
dispositivo para que as pessoas não paguem nada mais, o que isenta também as
pessoas de pagarem a Taxa do Lixo.
Então, eu acredito, Ver. Carlos Comassetto, que, é
claro, o Projeto vai ter de ser analisado ainda com um pouco mais de
profundidade, porque existem ainda alguns dispositivos que modificam a Lei
Complementar nº 007, mas acredito que não se trata de um mau Projeto, trata-se
de um bom Projeto.
O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para contribuir com o debate
com Vossa Excelência: hoje essas propriedades de produção primária também têm a
isenção da Taxa de Lixo, segundo a lei. Na atual lei municipal, há a isenção à
propriedade, ou seja, à casa onde moram, e à taxa de lixo.
O SR. LUIZ
BRAZ: Exato. Mas como vai modificar do IPTU para o ITR, ou seja, elas não vão
mais pagar IPTU, então tem que restituir para essas propriedades a isenção que
elas já tinham e que vão continuar tendo com relação à taxa do lixo, pois, como
nós estamos revogando aquela legislação que enquadrava essas propriedades no
chamado IPTU rural, e essas propriedades passarão a pagar o ITR - sendo que até
30 hectares não paga nada -, elas também continuarão não pagando a taxa do
lixo.
O Sr. Carlos
Comassetto: Prezado Vereador, há uma outra questão: eu creio que nós temos que
encontrar uma solução para o conjunto de projetos que estão lá na Secretaria da
SMIC e da Fazenda, pedindo uma análise para poderem se enquadrar na atual
legislação de isenção, bem como obterem a remissão, ou seja, o perdão das
dívidas anteriores há cinco anos, o que está permitido em lei.
Eu creio que nós precisamos construir uma emenda ao
Projeto para que se atenda àqueles produtores que estão lá nesse processo, uma
vez que eles tinham direito e fizeram os seus encaminhamentos, mas eles
continuam inscritos na dívida ativa, mesmo tendo direitos, porque a burocracia
não tem agido em tempo hábil, no sentido de permitir a isenção dos impostos
dessas pessoas.
O SR. LUIZ
BRAZ: Como esse Projeto ainda está em discussão de Pauta, como ele ainda vai
para análise das Comissões, nós devemos fazer uma análise mais aprofundada. Eu
confesso a V. Exª que eu estudei alguns dispositivos do Processo, mas eu não o
estudei em sua totalidade. Então, eu acho que todos os Vereadores têm de se
debruçar em cima dessa matéria, uma matéria extremamente importante, para que
ela possa sair daqui surtindo todos aqueles efeitos que nós e o pessoal do
Executivo queremos, sem prejudicar o Município, mas sem prejudicar também as
pessoas que estão situadas nessas regiões. Com certeza absoluta, nós somos
parceiros nessas lutas que são empreendidas, para que possamos melhorar essa
legislação tributária.
Praticamente, foi uma obrigação, o Governo teve de
mandar este Projeto aqui para esta Casa, porque já houve muitas ações de
proprietários que não entendiam por que eles deveriam pagar o IPTU, se a
destinação da propriedade deles era rural, ou agrícola, e acabavam não pagando
nenhuma coisa, nem outra.
Então, agora, eles voltam a pagar o ITR, porque a
legislação manda que a destinação da propriedade é que vai, realmente, indicar
qual é o tipo de imposto que a propriedade vai pagar. Isso está na Lei do
Parcelamento do Solo. Por isso eu acho importante que a gente estude essas
matérias sob esse prisma, para que, realmente, possamos construir aqui uma boa
legislação. E eu tenho certeza absoluta de que, com a participação de todos
Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, nós vamos conseguir construir uma boa lei,
que vai ser boa para nós aqui, para a sociedade, quando nós acabamos trocando a
zona rural pela zona rururbana. E eu acredito que agora, com esse Projeto, sem
que a gente volte a ter a zona rural, a gente possa, realmente, corrigir erros
que foram feitos no ano passado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Obrigado, Sr.
Vereador. O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de
Líder.
(O Ver. Luiz Braz reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
passada esta fase importante da vida brasileira, que foi a campanha política
com a escolha dos novos governantes, das composições dos diferentes
Legislativos Nacionais e ao Parlamento Nacional e ao Senado Federal, cumpre
passarmos às indagações sobre muitas questões que envolvem o interesse
nacional, o interesse do nosso País.
Evidentemente, seria desnecessário afirmar que
vivemos uma crise profunda, com base nos indicadores. Se pegarmos a questão do
desenvolvimento, que é uma questão básica, fundamental, é uma questão geradora
de conseqüências, o crescimento, por exemplo... No que diz respeito ao
crescimento do País, todos sabemos, para tomar um dado objetivo, ganhamos
apenas do Haiti. Vejam que o crescimento do Brasil foi de dois e pouco por
cento, não atingimos três por cento de crescimento. Superamos o pequeno Haiti,
Vereador-Presidente Luiz Braz, isso nos dá exatamente a dimensão do que
deixamos de cumprir em termos de emprego, que é uma conseqüência direta. O
crescimento do Produto Interno Bruto tem uma relação direta com o emprego: se o
País cresce, crescem também as possibilidades salariais e os empregos; se o
País não cresce, nós temos taxas de desemprego, sem falar na economia informal,
que, a meu entender, deve andar se equivalendo, Ver. Luiz Braz, à economia
formal, do ponto de vista do trabalho. No que respeita ao capital, nós temos
imensa evasão de receita pública. Conseqüentemente, é um círculo vicioso, e os
resultados não são bons.
Aqui vai uma crítica ao Governo do Presidente
eleito - eu já o cumprimentei pela eleição -, que viu no assistencialismo...
Haveremos de concordar que o assistencialismo é de emergência, é importante um
prato de comida à mesa do trabalhador, isso é indiscutível, mas não pode ser
uma política de Governo. É como a questão do peixe: eu tenho que ensinar a
pescar, porque, se ensinarmos o povo a pescar, ele vai ter sempre o peixe.
Agora, se dermos o peixe ao povo, ele comerá o peixe e pronto, já não terá mais
o que comer, não terá mais alimento. Então esse enfoque dado na política
brasileira, o de assistencialismo...! Convenhamos! No passado o movimento
intelectual de esquerda condenava e o fazia com absoluta propriedade. O
assistencialismo pode ser emergencial, vamos concordar, até diria que, em
determinadas circunstâncias, nós temos que dar a esmola, sim, mas isso não pode
ser entendido como políticas de Governo. São políticas eleitorais, isso sim;
políticas eleitorais que dão certo, porque, Presidente, nós temos hoje 9
milhões de Bolsa Família, 9 milhões! Multiplicando-se tudo, vai a 40 milhões!
Vejam que cifra astronômica!
Encerro, Presidente, até porque vejo movimentos que
me chamam a atenção para o relógio, dizendo que nós precisamos estabelecer
definitivamente no País políticas públicas: ensinar o povo a pescar e não lhe
dar o peixe. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver.
Elói Guimarães.
Quero apregoar a Emenda nº 14, de autoria da União
das Associações de Moradores de Porto Alegre, ao PLE nº 046/06: “Conceder
subvenção à UAMPA - União das Associações de Moradores de Porto Alegre. Valor
acrescentado: cem mil reais”.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Presidente, só
por uma questão de justiça, porque aqui registramos todos os acontecimentos, eu
gostaria de registrar a atuação do segurança Gaspar Azambuja no episódio dos
motoqueiros e no assalto à Casa, quando ele pulou no cangote do carneiro com
intuito de derrubá-lo, na tentativa de abortar o assalto, mas, diante de um
revólver calibre 38 na sua cabeça, ele desistiu. Isso reforça a idéia de que
todos nós precisamos trabalhar para que o segurança ande armado, parece que é
só no Brasil que o segurança não anda armado, os bandidos é que tem o “berro”.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver.
Haroldo de Souza.
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, trago hoje em Tempo de
Liderança um assunto que há dois meses discutíamos com bastante intensidade
aqui nesta Casa e que ainda não está resolvido. Hoje um jornal de grande
circulação no nosso Estado traz a notícia de que o Município de São Leopoldo
criou também a lei que prevê vagas para negros, e essas vagas estão sendo
analisadas pelo Tribunal. O que está ocorrendo? É que esses beneficiados por
cotas podem perder o emprego. O Tribunal de Contas do Estado deu um parecer
julgando inconstitucional a lei municipal fazendo com que o Professor Leandro
Menezes Chagas, que foi meu aluno na Faculdade de Educação Física do IPA,
tivesse que entrar com uma medida de segurança para garantir a sua vaga quanto
à questão da reserva de 12% relativa aos afro-descendentes. E trago esse
assunto de São Leopoldo, do Prefeito Ari Vanazzi, porque situação idêntica
ocorreu recentemente aqui em Porto Alegre, e o Prefeito José Fogaça inclusive
colocou que, quando foi Senador da República, foi o Relator da Lei que criou a
questão da cota dos afro-descendentes do Município brasileiro.
E o que nós solicitamos para os companheiros da
Bancada do Partido dos Trabalhadores é no sentido de que o Prefeito Ari Vanazzi
também faça essa manifestação, mesmo que imprensa tenha colocado que o Gilberto
Silva Pereira, Coordenador de Políticas de Promoção de Igualdade Racial em São
Leopoldo, defende a instituição de cotas, ele diz que é um reparo de erros
históricos cometidos contra os negros. Mas acho importante o Prefeito Ari
Vanazzi vir de público colocar a sua posição, porque isso reforça, e muito,
aquilo que está sendo julgado. Porque o Município de Porto Alegre, o Prefeito
José Fogaça, ingressou com uma liminar, mas ainda não foi julgado o mérito
dessa questão.
Esse desfecho - e acreditamos que Porto Alegre pode
mudar o rumo da história - vai fazer com que essas questões sobre as cotas
raciais sejam, num sistema de avalanche, derrubadas, uma por uma, e eu gostaria
de ler, de forma sucinta, a posição do Auditor Substituto do Conselho do
Tribunal de Contas do Estado, Aderbal Torres de Amorim. O que ele diz a favor
da Lei das Cotas? Ele diz (Lê.): “O que é inconstitucional é a imensa diferença
que existe no Brasil contra o negro. Nas universidades brasileiras temos só 2%
de estudantes e 1% de docentes negros”. Eu quero repetir porque acho importante
esse dado, de que muitas vezes as pessoas não se dão conta (Lê.): “Nas
universidades brasileiras temos só 2% de estudantes e 1% de docentes negros. Se
hoje só entrassem negros para cursar Medicina, só em 25 anos o número de
médicos negros e brancos estaria igualado. A reserva de cotas está relacionada
ao princípio da igualdade, garantido na Constituição. Acho que é um caminho
abrir cotas. Alega-se que querem ‘racializar’ o Brasil, dividindo negros e
brancos, mas o País já está dividido- não temos desembargadores, auditores
substitutos ou conselheiros negros no Estado. Então, é preciso dar oportunidade
para que o negro também possa ingressar no serviço público e na universidade. O
Brasil se divide em ricos e pobres, mas a imensa maioria de ricos é de brancos,
e a imensa maioria de pobres é de negros”.
Eu solicito à Verª Sofia Cavedon, que nos
acompanhou na movimentação em Porto Alegre, que faça também uma solicitação ao
Prefeito Ari Vanazzi, para que possamos, já que nos juntamos aqui em Porto
Alegre, fazer o mesmo no Município de São Leopoldo. Quero dizer que a cada dia
que passa nós não devemos mais permitir essas situações. Gostaria também de
ouvir o Vereador e Deputado Raul Carrion sobre esse tema, porque ele também
esteve na audiência com o Prefeito e também na audiência do Tribunal de Contas
do Estado. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Se eu não me
engano, Ver. Garcia, o Desembargador Djalmo é negro, e esse artigo de V. Exª
diz que não temos nenhum...
O SR. PROFESSOR GARCIA: Há um.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ah, sim.
Temos um.
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Presidente, nobres colegas, quero, em nome da Bancada do Partido da Frente
Liberal, compartilhar dois acontecimentos na nossa Cidade: primeiro, que o
nosso GBOEx de Confiança conseguiu um prêmio maravilhoso, que é o Top de
Marketing da ADVB 2006. É uma empresa genuinamente porto-alegrense,
genuinamente gaúcha, genuinamente brasileira. Então, eu quero parabenizar o
Presidente, Ney Leite Xavier, por essa conquista memorável e por tantas outras
que o GBOEx de Confiança já conseguiu. Quero dizer do orgulho que eu sinto de
ser sócio dessa empresa, uma empresa altamente democrática, cujos dirigentes
são escolhidos pelo voto direto.
A segunda parte é também a premiação do engenheiro
e arquiteto Edgar Bittencourt da Luz, escolhido ontem como Arquiteto do ano de
2006 pelo Sindicato dos Profissionais do Estado do Rio Grande do Sul. Parabéns,
Dr. Edgar! Nós sabemos da sua competência, da sua luta, do seu amor à classe
dos arquitetos.
Sobre as eleições ocorridas no domingo no nosso
País, lamento que o Brasil consciente não tenha sido a maioria no nosso País,
porque, nos Estados de menor incidência do Bolsa Família, o Sr. Luiz Inácio
Lula da Silva foi derrotado. Fatos muito obscuros estão acontecendo e
aconteceram no enlace dessa data da eleição, Sr. Presidente.
Mas o que eu quero trazer é uma coisa triste que
está acontecendo nos nossos aeroportos de Porto Alegre, que é mais uma
característica da Administração do nosso País. Ganhou a eleição com méritos,
pois foi um belo artista frente às câmeras de televisão. Nós temos os nossos
aeroportos... Quer dizer, há uma confusão no céu do Brasil, situação que é
tratada com uma ineficiência, com um descaso da atual Administração muito
grande, Sr. Presidente, haja vista esse acidente que culminou com 154 mortos.
Porque neste País há um costume nefasto na Administração Pública: diagnosticar
as coisas erradas e não prognosticar. Ou seja, está-se fazendo o levantamento,
os coitados controladores de vôos estão com salários baixos, sobrecarregados em
uma função importantíssima, ganhando 1 mil e 600 reais. Inclusive eles se
autopagam: os bilhetes internacionais arrecadaram ao Governo Federal 1 bilhão e
700 milhões de reais, e foram repassados aos controladores de vôo apenas 800
milhões de reais, quer dizer, abocanharam mais de 900 milhões de reais - talvez
estejam aí o 1 bilhão e 700 milhões que ninguém sabe de onde veio, pode ser
desses 900 milhões, mas eles sabem de onde vieram.
O que quero colocar aqui, Sr. Presidente, é sobre o
Governo do Estado do Rio Grande do Sul, quero novamente parabenizar os gaúchos,
parabenizar a nossa Governadora eleita. E nós sabemos da grande dificuldade que
ela terá em administrar as deficiências do nosso Estado, a bancarrota do nosso
Estado: 30 bilhões de reais em dívidas.
Mas quero levantar um fato, trazer um fato à
memória dos gaúchos: em 1964 um estadista brasileiro aportou em Porto Alegre e
zerou a dívida do Estado, eram 19 bilhões de reais, zerou a dívida do Estado!
Como o Lula diz que ele cria emprego, e único emprego que vi ele criar foram 20
mil cargos de CCs para a companheirada.... Quando ele diz que é o maior
Presidente da história deste País, talvez, ele venha aqui, como outros
Presidentes fizeram, e zere a dívida do Estado do Rio Grande do Sul, talvez
essa seria uma posição mais digna desse que se diz grande estadista, maior do
que todos neste Brasil. Ele teria um pouquinho desse crédito se viesse aqui,
como outro Presidente já o fez, e zerasse as dívidas do Estado do Rio Grande do
Sul, não tirasse do Estado do Rio Grande do Sul, como tirou 3 bilhões de reais
em quatro anos, ele apenas desonerou 300 milhões do Estado do Rio Grande do
Sul.
Tenho a certeza de que ele vai precisar do Estado
Rio Grande do Sul, vai precisar dos gaúchos, porque os gaúchos num momento ou
outro podem se levantar e dizer: “Nós queremos o que é nosso”. E aí ele vai ter
de dar na marra os direitos dos gaúchos. Acho bom ele dar de bom alvitre, com
magnanimidade, tratando todos os brasileiros iguais, e os gaúchos, com certeza,
também; vamos fazer valer o nosso republicanismo. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Ver.
Ismael Heinen.
Eu peço, por favor, que não gritem no Plenário, os
microfones são para que nós possamos fazer debates, eu peço aos Srs.
Vereadores.
Solicito que seja aberto o painel a fim de que os
Srs. Vereadores e as Sras Vereadoras possam registrar suas
presenças. (Pausa.) Treze Vereadores e Vereadoras registraram suas presenças.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente,
eu gostaria que fossem registrados os nomes dos Vereadores que aqui estão e que
colocaram o nome ali, porque já passaram as eleições, e nós temos lá toda a
Bancada do Partido dos Trabalhadores; não há ninguém, mas estão ali! Então,
gostaria de, pelo menos, enumerar os treze que aqui estão.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Vereador, eu
respeito a posição do Ver. Haroldo de Souza, mas, se nós formos viver um
momento de autofagia, eu acho que é muito ruim isso. Todos os Vereadores são
adultos, responsáveis, nós não temos nenhum corregedor aqui na Casa.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Eu não estou
querendo autofagia, nem estou querendo ser o corregedor; eu só estou querendo
que a política passe a ser de uma forma mais limpa, mais transparente, só isso,
Ver. Professor Garcia. Ninguém está querendo ser corregedor aqui. Agora, se
estamos aqui, é para trabalhar!
O SR. ELIAS VIDAL: Sr.
Presidente, não consegui acessar o meu terminal.
O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr.
Presidente, também não consegui registrar a minha presença.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Eu peço que
registre também as presenças dos Vereadores Elias Vidal e Ibsen Pinheiro. São
quinze Vereadores presentes. Não há quórum para instalarmos a Ordem do Dia.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h59min.)
* * * * *